domingo, 7 de abril de 2019

A Morte Diverte?

Animais e entretenimento? Não me parece.

Os profissionais que cuidam dos animais já provaram, há muito, que determinados espetáculos não só afetam o bem-estar dos animais, como são na realidade uma crueldade. Do outro lado estão os defensores da tradição: a tourada, o circo, e por aí vai.
A privação da liberdade dos animais que andam com o circo é o mínimo dos problemas (considerando tudo o que passam por lá). Vivem em cativeiro, forçados a aprender um comportamento antinatural para atuar e divertir os humanos. Lamentável. Jardins zoológicos, oceanários e afins também estão na minha lista negra. Não é tão giro tirar fotos com tigres que estão drogados? Já que, devido aos seus instintos, de outra forma não conseguiriam estar ali sossegados. E os golfinhos? E os tubarões nos grandes aquários? Presos no meio da turbulência das grandes cidades? Quando podiam estar na imensidão do oceano, o seu habitat natural. Não consigo encontrar graça nenhuma a isso. Não me fascina. E os elefantes? Que são mal tratados e forçados a aprender os comandos que os treinadores desejam para evitarem serem magoados? Se estiverem interessados sobre o sofrimento pelo qual os elefantes passam há muitas gerações, pesquisem sobre o trabalho escravo a que são sujeitos em países como a Tailândia. Aproveitem e pesquisem também sobre casos comprovados de depressão dos animais que vivem em zoológicos e circos. Vivem em jaulas, não podem explorar nem brincar. Estão apenas “na montra” para os humanos se divertirem.

E o que dizer sobre as touradas? Elas remontam ao século XII e Portugal e Espanha são grandes impulsionadores desta prática. Antes do “espetáculo”, os cornos do animal são serrados (o processo é doloroso sim) para que sejam colocadas as “embolas” e após a corrida inicia-se o processo de retiradas de bandarilhas (ferros), que estão espetadas no dorso. Por vezes é preciso cortar o touro para que o processo seja concluído com sucesso. E em sofrimento e ferido, o animal segue para o seu destino – o abate. Alguns morrem antes de entrar no matadouro. Já sei que vão dizer que nem todos os animais são mortos, mas não se iludam. Se houver um em mil que não seja morto já é muito! Para entenderem todo o processo que envolve o antes e pós-tourada, aconselho a leitura do seguinte artigo: http://mgranti-touradas.blogspot.com/2009/07/touradas-portuguesa-o-sofrimento-dos.html (vale muito a pena).
É caso para perguntar: a morte diverte-te?




JB