domingo, 27 de outubro de 2013

Afinal o Dragão também sabe rugir...

FC Porto 3 x 1 Sporting

Dragões regressam às boas exibições

Grande ambiente no Estádio do Dragão. Milhares esperavam o apito inicial.

O jogo estava a aquecer, com um Sporting a tentar encarar o Tricampeão Nacional, que cedo começou a criar perigo.
Logo aos 11’m o defesa Maurício derruba de forma imprudente Alex Sandro, já dentro da área. Lance sem margem para dúvidas, grande penalidade assinalada. Cobrada por Josué, que continua exímio e frio, quando chamado a bater a marca dos 11 metros – estava inaugurado o marcador. Golo madrugador agitaria as hostes Portistas.
Aos 19’m Helton e Mangala desentendem-se. O francês tentava proteger a bola, André Martins aproveita, mas a bola perdeu-se pela linha de fundo. Os leões tentavam reagir, mas os passes não saíam ligados, muita bola despejada na frente.
Otamendi somava erros consecutivos, como já vem sendo hábito. Mais uma péssima noite para um dos responsáveis pelo eixo da defesa Azul e Branca.
Herrera fazia bons passes e, logo de seguida, perdia a bola. Danilo estava desaparecido. Aos 25’m rasteirou Carillo e poderia ter dado livre direto (e Danilo apercebeu-se da asneira que quase  resultou deste descuido), mas o árbitro nada assinalou. Depois desse momento, o lateral brasileiro “apagou-se”. O flanco direito do FC Porto não existiu no primeiro tempo.
Ritmo delirante, jogo descontrolado, as equipas precipitavam-se. Foi no minuto 34 que Josué lançou uma bomba a Rui Patrício, que defendeu em dificuldade para canto. O canto não deu em nada, tal como não deu a saída do Sporting, na sequência deste lance. Montero tenta um remate de longe, a passar muito por cima da baliza de Helton.
Lucho lançava “tiros” desenquadrados à baliza Sportinguista, mostrava alguma falta de serenidade, El Comandante.

Na 2ª parte a equipa da casa regressa mais inspirada e acordada.
Bons pormenores de Jackson, Varela aparecia sempre bem na esquerda, fez inúmeros cruzamentos, que deviam ter sido melhor aproveitados. Não tirando mérito aos cortes de Cédric, Silvestre Varela está em grande forma, o seu jogo é experiente e inteligente.
Aos 55’m alerta para a baliza do Campeão. Adrien não desperdiça mais um erro de Otamendi, passa a bola para William, que remata por cima.
Aos 59’m Alex Sandro faz falta sobre André Martins. Livre pela direita daria o golo do empate ao Sporting. A bola vem para o meio da área, Helton sacode mal e William, num remate traiçoeiro, faz golo. A bola ainda toca em Fernando, passa por toda a defesa Portista e apanha Helton desprevenido. Desprevenido ou “tapado” diria eu, o sentinela estava sem visibilidade. Mal a defesa dos Dragões.
Em 2’m a história do jogo viria a mudar. Foi o tempo que o pé esquerdo de Danilo demorou a marcar o 2º golo. O lateral dos Azuis recebe a bola de Josué que, com excelência, percebeu a deslocação do companheiro e picou a bola por cima de Piris. Danilo tirou Rojo do caminho e não deu hipóteses a Patrício. Grande jogada do FC Porto. Muito bem organizada e ainda melhor orquestrada.
Aos 64’m Licá rende Josué. Com dois extremos, o FC Porto abria agora mais o jogo. Aos 67’m Defour faz sair Herrera. O mexicano começou bem, deu alguma intensidade ao jogo e foi dele que partiu o passe que isolou Alex Sandro, na situação da grande penalidade. Mas, a vencer 2-1, Paulo Fonseca queria dar segurança à equipa e chamou o belga a serviço.
Aos 67’m surge a cabeçada de Montero que obrigou o sentinela Helton à defesa da noite. O colombiano aparece isolado. Este lance ainda deixou algumas dúvidas, já que Capel estava em fora de jogo posicional, mas em nada interferiu na jogada. Lance limpo. Enorme Helton. Logo de seguida, aos 70’m, o guardião brilhou em mais uma grande defesa, desta feita a um remate forte de Piris.
Aos 74’m, uma nova arrancada de Varela, Jackson serve de extremo que cruza para o centro, Varela livra-se de Rojo e serve Lucho que cabeceia para o 3º golo da partida.
Aos 80’m uma boa defesa de Rui Patrício ainda evita o 4º para o FC Porto. Licá aproveita um bom passe de Jackson e remata, mas o guardião português sacode.
Aos 85’m Cha Cha Cha dá lugar a Ghilas. Os Dragões foram trocando a bola até ao apito final.

Grande jogo. Grande clássico. FC Porto vence com toda a justiça e com uma excelente exibição, reforçada na 2ª parte.

Destaques:

  • Os laterais do FC Porto são absurdamente extraordinários;
  • Varela em excelente forma, dono do seu jogo, esteve envolvido nos lances dos 3 golos;
  • Helton brilhou nas defesas;
  • Josué continua a evoluir, fez um jogo intenso;
  • Erros de Otamendi já duram há tempo de mais;
  • Montero andou a “monte”? E Martínez fez-lhe companhia.


O Meu Homem Do Jogo: Silvestre Varela

Opinião:
O FC Porto voltou às boas exibições e logo num clássico em que estava em jogo a liderança do campeonato. Foi superior em qualidade e oportunidades.

Após a derrota frente ao Zenit para a Liga dos Campeões e as últimas exibições bem fracas da equipa, a resposta hoje não poderia ter sido melhor.

Josué afirma-se cada vez mais e, apesar de ter saido esgotado hoje, quando joga no interior é de uma intensidade impressionante. O FC Porto precisa da sua frieza. A extremos prefiro Licá e Varela. O jogo abre mais, os nossos laterais são os melhores do campeonato, o que lhes facilita o serviço. Contudo, pessoalmente, considero que Paulo Fonseca deveria usar sempre Licá na sua posição de origem: extremo esquerdo. É daí que faz umas diagonais perfeitas e onde tem mais intensidade. Varela pode jogar à esquerda ou à direita, por isso seria mais proveitoso colocar Licá na esquerda.

Não tiro mérito ao Sporting, está a construir a sua equipa, está bem orientada, mas nestes momentos de grandes decisões nota-se a inexperiência e a falta de entrosamento entre os seus jogadores.

Grande espetáculo de futebol.


Por fora

  • Braga 0 x 1 Académica, entrada forte dos “estudantes” deu origem ao único golo da partida, Braga deu trabalho a Ricardo, que tudo defendeu;
  • Olhanense 1 x 0 Arouca, golo solitário, erros de ambas as equipas, jogo fraco;
  • Rio Ave 0 x 1 Gil Vicente, a equipa de Barcelos foi muito superior;
  • V. Setúbal 0 x 0 Belenenses, jogo dividido, pouca eficácia nas finalizações, destaque para Miguel Pedro que entra na 2ª parte, ao invés de ajudar o ataque do Vitória, o melhor que conseguiu foi ser expulso por agressão ao central João Meira;
  • Benfica 2 x 0 Nacional, a equipa da Luz melhorou a exibição, mas não foi nem de longe dominadora, permitindo ao Nacional discutir o resultado até ao final;
  • Marítimo 1 x 3 Estoril, a equipa de Marco Silva pratica um futebol consistente, dos melhores da nossa liga, Luís Leal continua a merecer destaque;



  • P. Ferreira 1 x 3 V. Guimarães, os pacenses marcaram primeiro, mas só e apenas isso, foram enfraquecendo até desaparecer do jogo. Costinha demitiu-se.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Inferioridade numérica dita superioridade em qualidade

Champions League – FC Porto 0 x 1 Zenit

No arrancar de uma partida que tudo tinha para ser grandiosa e bem disputada, Herrera é expulso aos 5’m de jogo. Trava Hulk, quando era mesmo obrigatório, num ato de pura necessidade. Na sequência do mesmo lance vê o 2º amarelo, por ter saído da barreira (antes do livre ser cobrado). O que se auspiciava um jogo emocionante, com o regresso de Hulk ao Dragão, jogador muito querido pela Nação Azul e Branca, tornou-se num pesadelo.

Mas, surpreendentemente, a equipa Tricampeã Nacional superou-se, agilizou-se física e mentalmente. Herrera foi uma perda enorme no meio-campo portista. Mas, repito, a equipa mostrou-se capaz, uniu-se num espírito invejável de coragem, determinada a ultrapassar a expulsão do companheiro.
Hulk criava pânico na área Portista, é certo, mas Helton foi “enorme”. Susteve os remates do saudoso Hulk, já que era este o responsável máximo pelo arranque do ataque dos russos.

Josué, Lucho e o seu poderoso remate, Licá, em esforço, tentavam atingir a baliza russa. El Comandante pressionava nas jogadas de ataque. O argentino foi buscar forças onde nem sabia que elas existiam.

Alex Sandro a evidenciar-se pela positiva nesta 1ª parte. Mas o Porto tinha agora muitos espaços abertos permitindo assim a entrada dos russos na nossa área que tentavam, embora sem sucesso, bater Helton.

A equipa reagia bem, mesmo a jogar com 10. Um espírito de solidariedade invadiu os Dragões que se desdobraram em 20!

Fernando e Lucho, com a sua experiência, demonstravam perante os russos a superioridade técnica que os caracteriza. Apresentaram o seu grande nível de futebol. Que nesta altura era bem necessário. Diga-se até que o FC Porto estava por cima na partida. O “polvo” fazia jus à sua alcunha. Estava em todas as jogadas defensivas e ofensivas.

Licá foi o responsável pelos remates no final da 1ª parte e início da 2ª. Lucho e Jackson Martínez também cercavam a baliza de Yuri Lodigin.

Silvestre Varela rende o outro extremo, Licá.

Aos 56’m surge o grande Varela, a desequilibrar, com toda a sua irrevogável experiência, passa por 3 adversários, remata cruzado, mas Martínez não chega a tempo de completar o lance finalizador.

O erro hediondo de Otamendi deixa Hulk sozinho com HeltonOtamendi em maus lençóis - Alejandro Sabella estava na bancada. O guardião consegue levar a melhor usando o pé esquerdo para uma defesa inimaginável, impedindo claramente o 1º golo do Zenit. Aliás, Helton viria a ser crucial contra os portentosos remates do ex-colega Hulk. O sentinela Azul e Branco esteve em grande.

Otamendi acusava a pressão do erro colossal cometido que quase deu golo a Hulk aos 56’m.

Aos 80’m surge um rasgo de esperança; Alex Sandro serve Varela, que dispara um grande remate à trave. Dragões estavam com azar. 8’m depois foi Ghilas; este cabeceia forte e logo depois Martínez tenta a sua sorte, mas a bola é desviada para canto.

Aos 86'm, gelo vindo da Rússia - Alexander Kerjakov marca o 0-1.

Com o fim do jogo no horizonte, o FC Porto carregava e pressionava, sufocando a defesa russa, que conseguiu segurar a vantagem mínima.

Dragões tristes, mas lutadores. Mereciam outro resultado.


Destaques

Boas assistências de Alex Sandro dentro do que foi possível realizar, a jogar com 10, destaque positivo para o internacional brasileiro;

Jackson Martínez, cada vez mais apagado, jogando nas linhas, que em nada o favoreceu;

Mangala, foi um senhor;

Otamendi, continua marcado pelos seus erros “do outro mundo”;

Lucho, mostrou-se com “20 anos” grande parte do jogo; no final era notório que se arrastava, prova disso são as faltas absurdas (que acabaram por puni-lo - apesar da falta que lhe valeu a cartolina amarela ser necessária);

Fernando, perfeito. Cada lance, cada disputa, um jogador sem defeitos a apontar.


O Meu Homem Do Jogo: Fernando

Opinião

O FC Porto puxou pela “Alma de Dragão” para fazer face à expulsão de Herrera, crucial peça para o meio-campo, visto que é esta a fortaleza do Dragão – o seu meio-campo. A expulsão de um jogador com as capacidades de Herrera foi realmente o pior que podia ter acontecido ao FC Porto.

Mas os jogadores Portistas demonstraram em campo uma garra e uma vontade de vencer nunca antes vistas esta época. Não restam dúvidas que  foi usado todo o esforço físico e mental para colmatar a ausência do nosso mexicano.
Força Herrera. Força. Nunca desistir.
Foi uma boa exibição da equipa de Paulo Fonseca.
Com 10 jogadores apenas fizemos vir ao de cima o espírito guerreiro que nos distingue.


Força Porto. Nada está perdido. NADA!

Unidos por um amor que tudo ultrapassa


Rumo a mais um palco... Champions!

Vamos Futebol Clube do Porto. Temos de ir. Foquem-se. Cabeça fria (à moda russa).
3 títulos europeus em 10 anos. 

Nós conseguimos. Sim, conseguimos. Entendam que há uma energia e uma garra dentro de vós que desconhecem. E é exatamente essa "special thing" que vos distingue.
Hoje queremos que a descubram. Queremos que a encontrem.
Sabem que isto não é um sonho. Para muitos talvez. Para nós? Realidade. 

Com vocês estamos nós, sim, nós. Os que amam o clube, a instituição. Com vocês estamos nós - os verdadeiros. E é a força do nosso amor que queremos que sintam hoje.
Lutem até ao apito final. Motivação. Garra. Coragem.
Não serão 11 a desejar a vitória. Somos milhões a empurrar-vos para a frente. A encarar o adversário.
Já sabem. Isto não é um sonho. É a realidade. Vivam-na.


Nós faremos a nossa parte.

#SomosPorto

sábado, 19 de outubro de 2013

Um dos sonhos… Jamor… Onze Inovador, Onze Vencedor



FC Porto 1 x 0 Trofense - 3ª Eliminatória da Taça de Portugal


Permitam-me o desabafo… BEM-VINDO (de volta) Maicon! Que saudades, que saudades deste “centralão”!

Paulo Fonseca deu azo à imaginação, oportunidades a novos jogadores e manipulou posições, num teste que trouxe à vista novos talentos com os quais pode contar cada vez mais.

Víctor García, 19 anos, estreia-se a titular pela equipa principal.

Logo nos primeiros minutos da partida (como já é hábito mesmo quando joga a equipa principal), o FC Porto pressionava alto, encostava o Trofense no seu meio-campo e tentava de todas as formas chegar ao golo.

Aos 9’m, Ghilas já criava perigo, numa busca incessante por mostrar serviço.

Varela saía bem na esquerda a cruzar, tentava servir Ghilas que, aos 17’m (desta feita com intervenção de Ricardo), tem uma ótima oportunidade de marcar, mas  Luiz Alberto corta no momento “certo”. Aliás, o brasileiro foi crucial noutros momentos perigosos  ao longo da partida.

Quintero, Ricardo, Danilo, invadiam a área trofense e, por diversas vezes, tentaram surpreender Conrado.

Nesta fase do jogo notava-se alguma dificuldade de Diego Reyes nos duelos com Jhoan Viafara, mas o mexicano viria a melhorar visivelmente a sua exibição, aliviando bem a defesa e aparecendo mais à frente no terreno de jogo algumas vezes. 

Passados 20’m do início da partida, Fernando empurrava a equipa para a frente, na tentativa de lançar os colegas para o ataque, visto que a equipa da Trofa assumia a famosa estratégia de jogo “autocarro à frente da baliza”. Não sendo um antijogo era definitivamente uma equipa muito recuada, não tentava atacar e tinha os blocos muito baixos.

O FC Porto sempre em superioridade chega ao golo aos 24’m. Cruza Quintero, Carlos Eduardo serve Varela que faz o golo, num remate muito bem colocado.

Ghilas, Quintero e Ricardo continuavam a tentar acertar no alvo e aumentar a vantagem.

Aos 37’m, Conrado a fazer “mancha”, executa uma grande defesa, impedindo Ricardo de causar estragos.

De referir que Ricardo, apesar da boa exibição, perdia algumas bolas para os adversários, mas nunca se vergava a tentar recuperá-las. O jovem português mostra uma larga margem para evoluir enquanto jogador de ataque.

Começa a 2ª parte e Danilo é rendido por Alex Sandro. Regime de poupança entre os titulares habituais da equipa principal (jogo com o Zenit no horizonte).

Primeiro Varela, depois Quintero e depois Ghilas, todos tentavam contornar o “autocarro” defensivo do Trofense, sem sucesso.

Aos 55’m, o FC Porto dominava o jogo, controlava a bola como bem queria, mas perdia-se intensidade.

Aos 61’m, Varela é substituído por Kelvin e aos 68’m é a vez de Quintero dar a vez a Defour. Carlos Eduardo podia agora ficar mais próximo dos colegas do ataque.

O jogo decorria calmo, calminho, quando, aos 73’m, uma falta sobre Kelvin deu azo a alguma agitação entre os jogadores. Fernando e Maicon não gostam do lance sobre o camisola 28 do FC Porto. Maicon leva amarelo e Fernando, já se sabe, é pouco tolerante a pedidos de desculpas desportivas, especialmente quando são repetidas.

Na marcação do livre sai bomba de Maicon, desviada para canto. Carlos Eduardo cobra e Reyes aparece a cabecear; a bola passa perto da baliza de Conrado.

Fernando foi o “patrão” do jogo na 2ª parte e aos 90+2’m rasga a defesa trofense sozinho e apenas com o guarda-redes pela frente permite a defesa de uma jogada incrível.

90+3’m de jogo, 48 ataques Azuis e Brancos e um 1 golo apenas deixaram os adeptos Portistas irritados e mais umas assobiadelas foram ouvidas em todo o estádio.


Destaques:


  • Tiago, 38 anos, jogador do Trofense, experiência a ditar bom desempenho para um jogador da sua idade;

  • Carlos Eduardo, progressão notória, deu jogo a toda a gente;

  • Fernando, como sempre, limpou, rasgou;

  • Varela, em boa fase, sempre a tentar criar desequilíbrios;

  • Danilo, defesa esquerdo? Não me parece, mas aguentou-se bem;

  • Reyes e Ricardo, nota positiva;

  • Fabiano, apesar de não ter tido trabalho, manteve o nosso reduto intocável.

 
O Meu Homem Do Jogo: Carlos Eduardo



Opinião

Bom teste para alguns jogadores. Teste esse bem pensado por Paulo Fonseca.
Apesar de alguns aspetos negativos a apontar à exibição de Diego Reyes, foi boa a decisão de deixá-lo em campo os 90 minutos, dado que o mexicano tem tido muitas dificuldades de adaptação ao futebol europeu.

Ghilas? É um jogador de muita capacidade física. O seu esforço por marcar exaltava qualquer um que viu o jogo.  No entanto, este tipo de jogo, sem espaço para se poder movimentar, não esteve do seu lado. 

A olhos vistos, estava claro o que o Trofense faria durante toda a partida. O próprio treinador admitiu que era essa a sua “arma” para enfrentar o Dragão: o “autocarro” à frente da baliza. Pessoalmente, assumo que é um jogo enervante, sem interesse para o público, ensombra as qualidades técnicas dos jogadores a nível individual. 

FC Porto superior. Vitória justa. Trofense apresentou um comportamento desportivo demasiado defensivo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Exorcizando Jesus…



Porque amo o futebol, deixo aqui expostos os sentimentos de alguém que não tem medo de demonstrar o quão indeléveis são as marcas que o clube que sempre admirou, lhe deixou.
Um texto que vale a pena ler e partilhar. 


Minuto 92: o princípio do fim…


Noite quente, corações apertados, mas esperançosos. Assim era o  sentimento benfiquista numa noite que se avizinhava importante, que se queria inesquecível. E realmente foi… Importante e inesquecível… Mas não para o clube da Luz!
Houve de tudo, expetativa, apreensão, alegria, apreensão novamente e por fim, ao cair do pano, precisamente no já “mítico” minuto 92, a desilusão! Pesada e esmagadora como quem rouba um doce das mãos de uma criança! Exceção feita à parte da “criança” cujo analogismo não se aplica neste caso. Não se tratava de uma criança, mas de um conjunto de homens adultos, responsáveis, supostamente profissionais, que deveriam ter honrado a camisola, o clube , a instituição que se sabe ser grande… ou que foi outrora quiçá…
E a partir desse momento o estádio parou, o coração palpitou, emoções diferentes para cada um dos lados. A euforia de quem deixou tudo em campo contrastava com a desilusão de quem pouco trabalhou para mudar o rumo da história e, claramente, não fez o trabalho de casa!
E foi ali, naquele palco de sonhos e pesadelos, que JJ se ajoelhou…
Perante a evidente calamidade de uma equipa vítima do seu excesso de confiança e arrogância? Perante a superioridade de um grupo porventura mais humilde em campo, que só festejou após os factos concretizados?
Acho que nunca saberemos o motivo de tal gesto… Mas isto sabemos: começou o princípio do fim!


Um fim anunciado que se confirmou com os capítulos seguintes da “novela”: a eliminação frente ao Chelsea no minuto proibido e, mais tarde, a inexplicável derrota perante um Guimarães com poucos argumentos (ainda assim melhores que aqueles que o Benfica conseguiu pôr em campo). E tem sido sempre a descer… E assim será até bater no fundo, até não existir mais por onde descer… Em glória, em respeito, em resultados!

De repente, a história de um grande clube com provas dadas no passado está reduzida a isto: uma telenovela barata e rasca! Rasca sim, porque não honra o emblema, a instituição, os adeptos!
Muitos ainda erguem as vozes para gritar e incentivar (não sei se por ingenuidade ou masoquismo)… E sobre estes fiéis seguidores muito se poderia dizer. Há que reconhecer-lhes o mérito na persistência. Infelizmente uma persistência escusada, fruto de um exacerbado “benfiquismo” que não raras vezes cega e tolda o discernimento! 

Alguém escreveu um dia que “quem se contenta com a mediocridade torna-se medíocre”. Como é possível acarinhar uma equipa que mostra não ter respeito nem por adeptos nem pela camisola que enverga?? Li em certos cartazes, nos momentos derradeiros, coisas como “as vossas lágrimas são mais importantes que a taça”. Que mais se poderá dizer quando a própria massa associativa ainda crê nestas falácias? Uma fé um tanto caricata, chamemos-lhe assim, para não ferir suscetibilidades, que não é, de todo, o propósito destas palavras.
Quanto às lágrimas? Que lágrimas? Só se foram derramadas em memória do prémio de jogo que não engordou as suas contas particulares! Nada que um concerto de uma certa cantora bem conhecida não tivesse feito esquecer uns dias depois. E lá estavam eles, os mártires apoiados incondicionalmente até à exaustão, claramente de  lágrimas secas e bem divertidos… Mas isso são outras histórias que agora não vêm ao caso…

E que dizer de um tão querido jogador que resolve dar uma espécie de “murro” não na mesa, mas na situação e, tendo como “palco” milhares de olhares ainda incrédulos com tudo o que se havia passado minutos antes, decide dar um “chega para lá” no treinador, lembrando-lhe quem manda?...

E a novela adensa-se… uma pré-época desastrosa, um início de época igualmente mau, muita instabilidade, um treinador visivelmente debilitado e sem margem de manobra (bastante fez para que isso acontecesse). Qual a reação das altas instâncias? Deixar tudo como está, pois claro! Os adversários agradecem. Sempre ouvi dizer que em equipa vencedora não se mexe, mas não sabia que para os lados da Luz isso era extensível à equipa que nada ganha, a não ser publicidade medíocre.

Parece que todos estão determinados a fazer de um grande nome do futebol mundial uma anedota contada por um principiante num bar rasco e vazio! Apetecia-me dizer: tenham vergonha! Mas para quê? Vozes de burro não chegam ao céu (que neste caso mais se transformou num inferno, outrora temido e agora achincalhado). Enfim… devaneios muitos dirão… Uma opinião assim o considero. Apenas isso.

E, como se não bastasse tudo isto, eis o golpe de misericórdia: um treinador que faz manchetes, não porque ganhou alguma coisa, mas porque perdeu imagine-se… o relógio! E a cabeça acrescentaria eu, se me é permitida a ousadia, envolvendo-se em cenas lamentáveis com agentes da autoridade (as imagens falam por si). Mas isso não interessa nada porque ele até é bom homem. Pois claro! Sempre ouvi dizer que “de boas intenções está o inferno cheio”…

Vergonha atrás de vergonha, más exibições que se sucedem em catadupa, vitórias à rasca, arrogância para dar e vender… E é isto… uma novela sem fim e, por sinal, de muito má qualidade
Resta a esperança que se faça luz para os lados da Luz! Ou então que se troquem as lâmpadas, que parecem estar todas fundidas!

Entretanto, aguardam-se as cenas dos próximos capítulos…

Não querendo ter a pretensão de redigir uma irrepreensível análise futebolística, moral ou até mesmo psicológica (fazendo uso de palavras proferidas por JJ) da atual situação do Benfica, limito-me a fazer observações visíveis a olho nu, até mesmo para aqueles que pouco percebem de futebol. Porque se há coisa de que todos percebemos, plebe ou realeza, doutos ou leigos, é de uma boa “barracada”

Não me alongo mais, na certeza de que muito haveria ainda para dizer. Quem sabe não voltarei ao tema… Para já, aqui fica uma enigmática e poderosa  afirmação (perdoem-me qualquer laivo de ironia) que dá que pensar : 

 O Benfica é melhor que a seleção do Paraguai.”