Hoje venho abordar um tema que é
bastante polémico. Toda a gente tem uma opinião sobre o assunto e algumas
dessas pessoas são bastante radicais no que a ele diz respeito.
Já estou preparada para todos os tipos
de críticas – por isso demorei tanto tempo a escrever este artigo.
Consumo de carne - é o meu tema de
hoje. Não me quero alongar muito e nem pretendo aliciar nenhuma posição que
vocês possam ter sobre o assunto. É apenas o que sinto sobre esta questão.
Sempre consumi carne e outros
derivados de origem animal. Parei durante um ano e não foi assim tão difícil em
termos de saúde, já socialmente era complicado.
Em 2014, após ver alguns documentários
e influenciada por algumas pessoas que estimo, resolvi parar de comer carne,
apenas carne. Continuei a consumir os derivados de origem animal tais como
ovos, leite, queijo e iogurtes. Do meu ponto de vista, já que me conheço melhor
do que ninguém, seria muito difícil parar especialmente com o queijo e os ovos.
Tentei sim, mas em vão. Afinal, convenhamos, são muitos anos com o paladar
habituado a determinados alimentos. Construímos a nossa dieta desde muito cedo
e ela torna-se um hábito, é a nossa forma de nos saciarmos, ao mesmo tempo que
damos prazer ao cérebro. Comer, para mim, nunca foi apenas para me manter
ativa, tenho um grande prazer em alimentar-me. Desde sempre que adoro desfrutar
da comida.
Durante a fase vegetariana
experimentei muitos alimentos que até então me eram totalmente estranhos. E
confesso que detestei. Tofu, soja, leite vegetal… Foi um horror. Passei de ter
prazer a comer para comer por obrigação, vinculada à ideia da crueldade animal
(que SIM existe) e também de ser mais saudável. Socialmente é trabalhoso – sim,
mas não impossível, é certo.
Quando voltei a consumir carne, aboli
a carne vermelha (para meu próprio bem), diminui muito o consumo da carne
branca (por consciência), carne bovina também ficou excluída (por opção).
Ao longo dos anos, foram feitos
inúmeros documentários sobre o quanto os animais sofrem para nós termos um bom
bife, um copo de leite e por aí vai. Quero deixar claro que não sou insensível
a esta questão, ou nem estaria a falar dela aqui. Fico chocada com a forma como
os animais são tratados para que o povo possa comer. E já para não falar das
condições em que a carne chega até nós: com cancro, proveniente de animais
doentes, mas que são aproveitados porque é importante vender e alimentar os
carnívoros. Sim, estou incluída. Seria pedir muito que os animais fossem tratados com dignidade? Não é lucrativo? Já sabemos que serão abatidos por nossa causa, então não seria crucial um tratamento respeitável e apropriado?
Consumo carnes brancas talvez duas ou três vezes por mês. Não mais do que isso – mas não é suficiente para mudar coisa nenhuma. Estou consciente disso.
Consumo carnes brancas talvez duas ou três vezes por mês. Não mais do que isso – mas não é suficiente para mudar coisa nenhuma. Estou consciente disso.
A discussão poderia tornar-se bastante
longa. É certo que é possível viver sem a proteína animal, afinal a Natureza
dá-nos tanto. Estando na minha pele, vivo numa dicotomia como devem calcular.
Se ao menos o consumo destes alimentos de origem animal diminuíssem… é certo
que não resolvia muito, mas era um bom princípio.
Contem-me o que pensam deste assunto.
A segunda parte deste
artigo, que remete para a tortura animal com fins recreativos, será publicada na próxima semana.
JB