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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Emoções do Covid

Eu sempre digo que eu sou alérgica a pessoas stressadas e tóxicas. Drenam a minha energia. Não me fazem sentir bem. Até eu mesma me tornar uma, quando me vi confrontada com as contingências de um vírus que rapidamente se tornou numa pandemia.
Como lidaram com o confinamento? Digam-me como estão a lidar com esta nova realidade. Para mim, é nova e desconhecida e terrível.
Antes do Covid ser declarado uma pandemia, eu gozava com a situação. Mal sabia eu o que me esperava! As notícias em Portugal começavam sempre com um jornalista, meio desiludido, a dizer que mais uma pessoa testou negativo no país. Sol de pouca dura. Em poucos dias, vi-me obrigada a estar em casa 24 horas por dia. Ir ao supermercado tornou-se um inferno, sair para correr com a polícia à espreita não é relaxante, não ver a família não é porreiro. Comecei a sentir que eu própria drenava a minha energia. E continua a não ser fácil. Sinto-me exausta emocionalmente. O que eu fazia em menos de 1 hora, agora leva uma manhã inteira entre filas, prateleiras vazias, farmácias a conta gotas. Um pipa de massa em álcool gel (subitamente não há como produzir álcool de 1€), máscaras e luvas. Sair de casa é perturbador. Pelo menos para mim, que cumpro todas as regras: porque eu não quero ser infectada e eu não quero infectar ninguém.
Falta-me paciência. Falta-me concentração. Falta-me poder ir onde eu quiser sem me preocupar com a saúde, sem ter de usar uma máscara.
Como as nossas vidas mudam em pouco tempo...
E para sempre. Acredito firmemente que o vírus está ligado à Mãe Natureza. À forma como nós desrespeitamos os animais. Dizem que mais pandemias irão surgir, também acredito nisso. Nós tramamos a Natureza, ela trama-nos a nós.

Imagem: fellipelli.com.br

Meditar e ler - algo precioso para o meu bem-estar físico e mental - tem sido um desafio e muitas vezes falho nessa tarefa, a tarefa de manter a minha mente sã. Mas alguém tem a mente sã, na era Covid?
As pessoas que vivem connosco ou próximas a nós, pagam a fatura do nosso humor cansado e desgastado e vice-versa.
Digam-me como estão as vossas emoções no Covid.

JB

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Nova Década

Mais do que num novo ano, nós estamos numa nova década. Quando se faz um balanço, as emoções negativas são as primeiras a virem à mente. Ainda que esta década que agora terminou tivesse sido maravilhosa, os últimos dois anos tê-la-iam sabotado. Nunca a canção dos Xutos me fez tanto sentindo. A vida é de facto sempre a perder.
Eu gosto da passagem do tempo, ela permite-me crescer e evoluir, ela permite-me aprender e conhecer coisas novas, lugares novos, pessoas novas. Envelhecer nunca me assustou e, de todo, eu pretenderia viver para sempre. Foi uma década importante, separei-me de algumas pessoas, uni-me a outras, não viajei tanto quanto gostaria, mas assisti a muitos jogos do grande FCP. Livrei-me de maus hábitos e li muito. Fui a concertos, festivais e vi bandas que eu pensava que nunca teria a honra de ver ao vivo. Eu tive muitas experiências boas. Sou muito grata por isso. Ainda tive a sorte de conhecer pessoas realmente incríveis. Mas, tudo mudou.
Há dois anos atrás, pouco antes do Natal, eu acordava a meio da noite com um telefonema a avisar-me que a minha avó materna tinha falecido. E esta seria apenas a primeira bomba. A avó deitou-se bem. Nada fazia prever. Seguiu-se a minha tia, irmã do pai, outra vez, sem nada fazer prever. Até que, como vocês sabem, o meu pai faleceu em Setembro de 2019. O que não foi exatamente uma bomba, mas sim uma guerra nuclear que nos atingiu. Por vezes, perguntou-me se isto é alguma espécie de brincadeira. Ainda penso que ouço a voz do meu pai, quando falo com a minha mãe por telefone. Outras vezes quase que pergunto à mãe se o pai já está em casa. Sinto-me ainda como que numa linha ténue entre a sanidade e a loucura. Mesmo à beira de terminar o ano mais terrível da minha vida toda, no dia 31 (sim, ontem) eu perdi o meu tio, irmão do meu pai. É preciso dizer que nada o fazia prever, outra vez? Serão necessárias várias décadas para processar tudo isto. Como devem calcular, eu estava a contar os minutos para que o ano 2019 terminasse finalmente.
Como foi o vosso ano? A vossa década? Muitas mudanças? O que esperam para 2020?


Eu espero ter a minha família por perto, neste plano terrestre. Eu quero viajar mais, ler mais, aprender mais. Eu quero o FCP campeão também. Eu quero realizar sonhos. E pelo menos um, eu realizarei. Ele chama-se Steven Tyler. Uma vida inteira à espera de ver este senhor.
É tão importante nunca perder a vontade de sonhar. É essa vontade que nos mantém sãos. Sejam sonhos difíceis ou mais acessíveis, não abdiquem de sonhar os vossos sonhos. É um direito vosso.

Feliz 2020!


JB