Mudar um comportamento, um hábito,
mudar de vida, de carro, de emprego ou qualquer outra mudança parece sempre muito
difícil. Muitas vezes perdemos a vontade de o fazer pelo caminho.
Há muitas teorias e psicologias sobre
o tema e todas me parecem corretas. Como em todos os assuntos que aqui abordo, hoje
vou falar sobre como eu me sinto face à mudança. É a minha opinião. É sempre
importante ressalvar isso.
Mudar o nosso comportamento é um
verdadeiro desafio para o nosso cérebro. Especialmente aquelas mudanças que são
para vida, ou pelo menos a longo prazo. Mudar de emprego, comprar uma casa,
afastarmo-nos de certas pessoas, deixar de fumar, e por aí fora. Somos
criaturas de hábitos, mergulhados em rotinas às quais não gostamos de fugir. As
nossa vidas são tipo aqueles roteiros turísticos que se repetem dia após dia e
sabe tão bem cumprir essa rotina com sucesso não é? Nada de mal nisso. Eu adoro
a minha rotina, desenhei-a para mim e faz-me sentir completa. A nossa rotina
faz parte da nossa identidade, por isso é tão difícil mudá-la. Mas, por vezes,
é necessário.
A vontade de mudar tem de partir de
nós, do nosso âmago. Quando sentimos que algo já não está a fazer sentido na
nossa rotina, na nossa forma de estar ou ser, aí é preciso reinar a vontade de
alterar o que deixou de nos preencher.
Na hora da mudança chegam os medos, as
preocupações, a ansiedade, o stress, começamos a ser assombrados com
pensamentos negativos. Tudo isto porque temos medo, muito medo minha gente, de
sair da zona de conforto do que é estável. Somos o nosso pior inimigo, alguém
duvida? Somos invadidos pelo medo de fracassar ou de, afinal, a mudança não se
revelar boa para nós, como havíamos planeado. Enfim, pensamos em todos os
motivos e mais algum para não mudar – é basicamente isto. Parece bem mais fácil
manter uma vida razoável, sem grandes emoções fortuitas. Parece e é, de facto.
Mas, a meu ver, é o que vai destruindo a nossa capacidade de viver e sonhar
desmedidamente. Faz-nos perder a espontaneidade, a criança que perdura em nós. Aos
poucos desistimos de viver, apenas para subsistir.
É preciso compreender que existem
hábitos nas nossas vidas que simplesmente já não fazem sentido. Quando
percebemos que determinados comportamentos ou estados de vida já não nos fazem
felizes, é sinal que é urgente mudar. E todos já passámos por isso. Ainda que
não tenhamos feito nada para alterar o que nos deixa infelizes, já todos
sentimos essa urgência em mudar.
Sou da opinião que a mudança é algo
gradual, algo que vai crescendo e evoluindo. Já lá vai o tempo (e a idade) em
que achava que as mudanças deveriam ser drásticas, radicais mesmo. Comigo nunca
funcionou, foi sempre um falhanço total. Exigia isso de mim mesma e quando não
conseguia atingir a mudança que almejava, sentia-me um fracasso de pessoa.
Talvez a mudança radical funcione para algumas pessoas, não duvido disso, mas
para mim não dá. Optei por mudanças pequenas, diárias até, mas que me vão
fazendo evoluir de uma forma que me preenche e me faz sentir orgulhosa de mim
mesma. Pequenos passos para uns, grandes mudanças para mim. É um caminho mais
lento, mas bem mais satisfatório. Todos os dias noto diferenças positivas em mim.
E isso faz-me querer ser sempre mais e melhor.
Afinal, não é o destino, mas a jornada
que importa.
Pensam muitas vezes no que gostariam
de mudar?
JB