quarta-feira, 22 de maio de 2019

Dói Mudar e Dói Não Mudar

Mudar um comportamento, um hábito, mudar de vida, de carro, de emprego ou qualquer outra mudança parece sempre muito difícil. Muitas vezes perdemos a vontade de o fazer pelo caminho.
Há muitas teorias e psicologias sobre o tema e todas me parecem corretas. Como em todos os assuntos que aqui abordo, hoje vou falar sobre como eu me sinto face à mudança. É a minha opinião. É sempre importante ressalvar isso.
Mudar o nosso comportamento é um verdadeiro desafio para o nosso cérebro. Especialmente aquelas mudanças que são para vida, ou pelo menos a longo prazo. Mudar de emprego, comprar uma casa, afastarmo-nos de certas pessoas, deixar de fumar, e por aí fora. Somos criaturas de hábitos, mergulhados em rotinas às quais não gostamos de fugir. As nossa vidas são tipo aqueles roteiros turísticos que se repetem dia após dia e sabe tão bem cumprir essa rotina com sucesso não é? Nada de mal nisso. Eu adoro a minha rotina, desenhei-a para mim e faz-me sentir completa. A nossa rotina faz parte da nossa identidade, por isso é tão difícil mudá-la. Mas, por vezes, é necessário.
A vontade de mudar tem de partir de nós, do nosso âmago. Quando sentimos que algo já não está a fazer sentido na nossa rotina, na nossa forma de estar ou ser, aí é preciso reinar a vontade de alterar o que deixou de nos preencher.
Na hora da mudança chegam os medos, as preocupações, a ansiedade, o stress, começamos a ser assombrados com pensamentos negativos. Tudo isto porque temos medo, muito medo minha gente, de sair da zona de conforto do que é estável. Somos o nosso pior inimigo, alguém duvida? Somos invadidos pelo medo de fracassar ou de, afinal, a mudança não se revelar boa para nós, como havíamos planeado. Enfim, pensamos em todos os motivos e mais algum para não mudar – é basicamente isto. Parece bem mais fácil manter uma vida razoável, sem grandes emoções fortuitas. Parece e é, de facto. Mas, a meu ver, é o que vai destruindo a nossa capacidade de viver e sonhar desmedidamente. Faz-nos perder a espontaneidade, a criança que perdura em nós. Aos poucos desistimos de viver, apenas para subsistir.
É preciso compreender que existem hábitos nas nossas vidas que simplesmente já não fazem sentido. Quando percebemos que determinados comportamentos ou estados de vida já não nos fazem felizes, é sinal que é urgente mudar. E todos já passámos por isso. Ainda que não tenhamos feito nada para alterar o que nos deixa infelizes, já todos sentimos essa urgência em mudar.
Sou da opinião que a mudança é algo gradual, algo que vai crescendo e evoluindo. Já lá vai o tempo (e a idade) em que achava que as mudanças deveriam ser drásticas, radicais mesmo. Comigo nunca funcionou, foi sempre um falhanço total. Exigia isso de mim mesma e quando não conseguia atingir a mudança que almejava, sentia-me um fracasso de pessoa. Talvez a mudança radical funcione para algumas pessoas, não duvido disso, mas para mim não dá. Optei por mudanças pequenas, diárias até, mas que me vão fazendo evoluir de uma forma que me preenche e me faz sentir orgulhosa de mim mesma. Pequenos passos para uns, grandes mudanças para mim. É um caminho mais lento, mas bem mais satisfatório. Todos os dias noto diferenças positivas em mim. E isso faz-me querer ser sempre mais e melhor.
Afinal, não é o destino, mas a jornada que importa.


Pensam muitas vezes no que gostariam de mudar?



JB

9 comentários:

  1. Parabéns pelo blogue, ainda não vi tudo, mas já gosto de ti. Somos portistas. Escreve mais, passas muito tempo sem escrever.

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  2. Maior mudança da minha vida foi ter vindo viver para os USA since 2013. Não tinha esperanças de nada, apenas conhecia uma pessoa que vivia lá há 15 anos, que casou com uma pessoa que tinha dupla nacionalidade, sendo um delas a americana. Não sei como teria sido o meu rumo, caso não tivesse tido o apoio desta amiga, possivelmente teria que ter regressado a Portugal. O que me fez mudar foi um estado letárgico e infeliz que nada nem ninguém conseguia mudar ou ajudar. Não me identifico com Portugal em praticamente nenhum aspecto. Muitos dogmas e falsas moralidade, mentalidade retrógrada. Foi uma decisão muito difícil, especialmente deixar a família. Mas hoje valeu cada lágrima, cada ataque de pânico. E juntei a alegria de ter o meu irmão por perto mudou-se em 2016 para cá. A minha mudança parece radical, mas levei anos a pensá-la. Vim para cá com 38 anos. Ainda que a sua mudança seja lenta, o fundamental é nunca parar. Cumprimentos desde Washington DC.

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  3. estou na luta para deixar de fumar... já so fumo 15 por dia, parece muito mas ja fumei o dobro desta vez nao vou desistir acho que depois de conseguir isso peço o divorcio ja que a minha esposa nao me diz ja nada

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  4. Deixei de fumar há 12 anos, mudei-me para Amsterdão há 9. Casei com um holandês há 4 e aqui tenho a liberdade de não querer ser mãe. Ninguém me julga ou olha de lado. Aqui sou feliz. Digo a toda a gente, não desistam de vocês, quando o fizerem já estão mortos.

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  5. divorciar-me após 12 anos de casamento passei as passinhas do algarve como se costuma dizer mas valeu totalmente a pena, tal como dizes foi um processo lento, andei a matutar nisso 3 anos pelo menos, todos os dias fui trabalhando nisso acho que demorei tempo demais mas so estando dentro do meu casamento poderiam saber o quao dificil foi devido a personalidade dela tao cedo nao me meto noutra, isto se algum dia meter

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  6. Mudei de curso quando já estava no terceiro ano do meu! Não foi fácil, aliás vivo com as consequências disso até hoje. Talvez me arrependa um pouco, mas porque seria mais fácil ter continuado onde estava, no entanto não posso ir contra o que penso ser melhor para a minha mente e bem-estar.

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  7. despedi-me do emprego, não foi lá muito boa ideia estive 2 anos desempregado!

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  8. Perder 31 quilos foi a minha grande mudança. Foram 2 anos de luta, muita vontade de desistir, muita tristeza, mas cheguei aos meus aclamados 56 quilos. Após ser mãe, deixei de existir, vivia para os meus filhos. Tornei-me uma sombra, não vou mentir, tive de procurar ajuda psicológica e médica para o conseguir, passei 4 anos com excesso de peso, piores tempos da minha vida! Há sempre tempo para mudar o que não queremos mais na nossa vida. Parar de acreditar é parar de viver e eu não vivi durante muito tempo. Bem haja a todos.

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  9. ha tantas coisas q eu queria mudar mas nao sei acho q ainda vou ficar pior se é q é posivel

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