Tornou-se o único meio válido para
viver em sociedade: parecer perfeito e feliz, ainda que seja mentira. Reunimos
todos os nossos esforços para parecer… Quando devíamos encaminhá-los para
realmente ser, sentir… algo.
A viver num meio que privilegia a
mentira, tornámo-nos seres supérfluos, falsos e muito pior: concordamos
livremente com isso. É condição essencial para sermos socialmente aceites e
convenientes: mentir, ocultar, esconder, não revelar (a equação tem sempre o
mesmo resultado). Aliás, preferimos mesmo que nos mintam! É mais fácil para
todos. É uma espécie de acordo mutuamente aceite pelos humanos. Não queremos
estar perto de pessoas com problemas, doentes ou deprimidas. Queremos que nos
digam que estão bem, de perfeita saúde e de preferência que não se alonguem
muito nas respostas. Afinal só perguntamos por curiosidade ou pelo “acordo
social”.
Valerá a pena? É possível. Quando
dizemos verdades pouco agradáveis espantamos os outros. Como se fossemos seres
repulsivos, com alguma variante de peste bem contagiosa. A verdade é que… a
verdade nos torna vulneráveis e, como vimos toda a gente como o inimigo, é
importante que nos achem fortes. Não confiamos em ninguém e o nosso melhor
amigo chama-se laptop.
A verdade é como uma roupa fora de
moda… já não se usa.
JB