Há mais de dois anos que
assistimos (do nosso sofá) à Revolta na Síria. Protestos populares que se tornaram
em revoltas armadas e violentas. Protestos que começaram por iniciativa do
povo. Pediam livre arbítrio, emprego,
direitos civis básicos. Protestam contra o seu presidente Bashar Hafez al-Assad, a quem acusam de ser
corrupto, de não cumprir as promessas feitas e de não deixar o povo ter voz.
Há
pelo meio o assassinato mal explicado do ex- primeiro-ministro do Líbano, Rafik
Hariri, que tinha grande popularidade pelas suas tentativas em mediar
conflitos. As Nações Unidas culpabilizaram o governo sírio pelo atentado.
Poderíamos referir aqui todos os pormenores históricos que marcam o drama
social em que vive a Síria há muito tempo. Tempo demais. Semanas não chegariam.
Os exércitos de Bashar
Hafez al-Assad são acusados de crimes contra a humanidade e o povo quer que o presidente
abandone o poder. Este
recusa-se e continuará a investir contra o povo. Afirma ainda candidatar-se
novamente em 2014. Estas são as informações básicas, acessíveis a qualquer
comum mortal. Tirem as vossas conclusões, com uma pesquisa mais a fundo.
A
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, representa
o reconhecimento da dignidade da vida humana e dos direitos iguais, assinada
pelos países membros das Nações Unidas, organização da qual a Síria, sim a
Síria, é membro fundador.
Aconselho
toda a gente a ler esta Declaração, cujo Artigo I diz “Todas as
pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão
e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de
fraternidade.” Se formos ao Artigo XIX, lemos “Todas as pessoas têm
direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” Leiam, por
favor. É um documento valioso. Como pode a Síria ter aprovado tal documento?!
A
Declaração Universal dos Direitos Humanos parece apenas aplicável ao
Ocidente.
A
Síria é mais um exemplo das dezenas de países que não respeitam em nenhum
sentido a condição humana. A religião, a política (ou falta dela) não podem ser
desculpa para o extermínio a que temos vindo a assistir. Ditadores que usam o
poder para oprimir o povo. Julgo ser do consenso comum que isto não deveria
acontecer. A nossa vida tem valor, seja aqui ou no Oriente!
Os
ocidentais são muito críticos quanto ao que se deve fazer para parar este
flagelo (ou diremos genocídio?) ou relativamente a quem deve agir.
Há
quem grite “deixem a Síria em paz!” – pois claro! Porque matar centenas de
pessoas inocentes todos os dias é de facto melhor! Há quem defenda uma
intervenção rápida e brutal, capaz de travar a guerra civil síria, por parte
dos EUA – os suspeitos do costume. Os únicos capazes de demonstrar a sua
indignação com o que se passa no Oriente.
Os
ataques químicos, ou qualquer outro tipo de dizimação da vida humana, seja sob
que forma for, tem que acabar. O Ocidente não pode assistir a isto sem agir.
Hoje,
Barack Obama, assumiu a sua decisão de agir contra o governo sírio.
Milhares de vozes se opõem, criticam que um Nobel da Paz esteja a autorizar uma
“guerra”. Esse honroso prémio, recebido em 2009, foi exatamente pela sua luta contra
armas químicas, nucleares; foi pela sua luta para que os povos pudessem
cooperar sem conflitos.
Hoje,
este mesmo homem, defende que deve usar a força para acabar com a injustiça que
se passa diante dos olhos do mundo inteiro. Este mesmo homem quer paz sim, e
mesmo por isso, não fica indiferente à Síria. Infelizmente, não é com palavras
que pode chegar até ao governo sírio, já que este se recusa a ouvir o seu
próprio povo.
Se
todos defendermos que não deve haver guerra, ou invasão militar por parte dos
EUA e aliados, estamos a cooperar com o massacre na Síria. Palavras de paz
não são música para os ouvidos de ditadores. Não se criem ilusões.
Acredito
que, apesar da situação que se vive atualmente no Iraque, daqui a 30 anos
poderão ser uma democracia razoável. É muito tempo, eu sei. É muito sangue
derramado, eu sei. Mas se não houver homens com coragem para mudar o destino
destes países hoje, o “amanhã” nunca chegará.
Respeitando
todas as opiniões, fica a pergunta: há alguma forma pacífica de travar os
ataques do governo sírio, contra o seu próprio povo?
Eu
arrisco, mas assumo: o
Sangue derramado hoje semeará a Liberdade de amanhã.
JB
fazes bem em passar a tua mensagem facto é que ninguém quereria agora uma guerra, mais vidas perdidas, mais perda económica, mas não há outra solução e é importante que percebam isso, é um abre-olhos
ResponderEliminarAcho esta frase, no mínimo, caricata:“deixem a Síria em paz!” Quando o povo apela ao mundo com um sentido "Help Syria" parece que querem ser deixados em paz?? Ficarmos indiferentes a este gritos faz de nós que tipo de seres humanos?
ResponderEliminaro problema é que se não fosse o ataque com gás os EUA secalhar nunca fariam nada...
ResponderEliminarconcordo com a tua opinião acho que deixas as hipocrisias de lado bem verdade os Eua têm de fazer o q mais ninguem tem coragem
ResponderEliminar