sábado, 31 de agosto de 2013

O Sangue derramado hoje semeará a Liberdade de amanhã - que seja esta a esperança de todos nós

Há mais de dois anos que assistimos (do nosso sofá) à Revolta na Síria. Protestos populares que se tornaram em revoltas armadas e violentas. Protestos que começaram por iniciativa do povo. Pediam livre arbítrio, emprego, direitos civis básicos. Protestam contra o seu presidente Bashar Hafez al-Assad, a quem acusam de ser corrupto, de não cumprir as promessas feitas e de não deixar o povo ter voz.
Há pelo meio o assassinato mal explicado do ex- primeiro-ministro do Líbano, Rafik Hariri, que tinha grande popularidade pelas suas tentativas em mediar conflitos. As Nações Unidas culpabilizaram o governo sírio pelo atentado. Poderíamos referir aqui todos os pormenores históricos que marcam o drama social em que vive a Síria há muito tempo. Tempo demais. Semanas não chegariam.

Os exércitos de Bashar Hafez al-Assad são acusados de crimes contra a humanidade e o povo quer que o presidente abandone o poder. Este recusa-se e continuará a investir contra o povo. Afirma ainda candidatar-se novamente em 2014. Estas são as informações básicas, acessíveis a qualquer comum mortal. Tirem as vossas conclusões, com uma pesquisa mais a fundo.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, representa o reconhecimento da dignidade da vida humana e dos direitos iguais, assinada pelos países membros das Nações Unidas, organização da qual a Síria, sim a Síria, é membro fundador.
Aconselho toda a gente a ler esta Declaração, cujo Artigo I diz “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.” Se formos ao Artigo XIX, lemos “Todas as pessoas têm direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” Leiam, por favor. É um documento valioso. Como pode a Síria ter aprovado tal documento?!
A Declaração Universal dos Direitos Humanos parece apenas aplicável ao Ocidente.

A Síria é mais um exemplo das dezenas de países que não respeitam em nenhum sentido a condição humana. A religião, a política (ou falta dela) não podem ser desculpa para o extermínio a que temos vindo a assistir. Ditadores que usam o poder para oprimir o povo. Julgo ser do consenso comum que isto não deveria acontecer. A nossa vida tem valor, seja aqui ou no Oriente!
Os ocidentais são muito críticos quanto ao que se deve fazer para parar este flagelo (ou diremos genocídio?) ou relativamente a quem deve agir.
Há quem grite “deixem a Síria em paz!” – pois claro! Porque matar centenas de pessoas inocentes todos os dias é de facto melhor! Há quem defenda uma intervenção rápida e brutal, capaz de travar a guerra civil síria, por parte dos EUA – os suspeitos do costume. Os únicos capazes de demonstrar a sua indignação com o que se passa no Oriente.
Os ataques químicos, ou qualquer outro tipo de dizimação da vida humana, seja sob que forma for, tem que acabar. O Ocidente não pode assistir a isto sem agir.

Hoje, Barack Obama, assumiu a sua decisão de agir contra o governo sírio. Milhares de vozes se opõem, criticam que um Nobel da Paz esteja a autorizar uma “guerra”. Esse honroso prémio, recebido em 2009, foi exatamente pela sua luta contra armas químicas, nucleares; foi pela sua luta para que os povos pudessem cooperar sem conflitos.
Hoje, este mesmo homem, defende que deve usar a força para acabar com a injustiça que se passa diante dos olhos do mundo inteiro. Este mesmo homem quer paz sim, e mesmo por isso, não fica indiferente à Síria. Infelizmente, não é com palavras que pode chegar até ao governo sírio, já que este se recusa a ouvir o seu próprio povo.

Se todos defendermos que não deve haver guerra, ou invasão militar por parte dos EUA e aliados, estamos a cooperar com o massacre na Síria. Palavras de paz não são música para os ouvidos de ditadores. Não se criem ilusões.

Acredito que, apesar da situação que se vive atualmente no Iraque, daqui a 30 anos poderão ser uma democracia razoável. É muito tempo, eu sei. É muito sangue derramado, eu sei. Mas se não houver homens com coragem para mudar o destino destes países hoje, o “amanhã” nunca chegará.

Respeitando todas as opiniões, fica a pergunta: há alguma forma pacífica de travar os ataques do governo sírio, contra o seu próprio povo?

Eu arrisco, mas assumo: o Sangue derramado hoje semeará a Liberdade de amanhã.


JB

4 comentários:

  1. fazes bem em passar a tua mensagem facto é que ninguém quereria agora uma guerra, mais vidas perdidas, mais perda económica, mas não há outra solução e é importante que percebam isso, é um abre-olhos

    ResponderEliminar
  2. Acho esta frase, no mínimo, caricata:“deixem a Síria em paz!” Quando o povo apela ao mundo com um sentido "Help Syria" parece que querem ser deixados em paz?? Ficarmos indiferentes a este gritos faz de nós que tipo de seres humanos?

    ResponderEliminar
  3. o problema é que se não fosse o ataque com gás os EUA secalhar nunca fariam nada...

    ResponderEliminar
  4. concordo com a tua opinião acho que deixas as hipocrisias de lado bem verdade os Eua têm de fazer o q mais ninguem tem coragem

    ResponderEliminar

PodesDizer