Fim de um bom ciclo… Título triste. Porque não “Início de uma nova era”?

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Para aqueles que já não acreditam no FC Porto, instituição, jogadores, equipa técnica, um recado: já devem ter percebido que treinadores/gestores de bancada não passam daí, da bancada.

Estamos sem limites. Preocupados. Tristes. Envergonhados. Sem ânimo. Ou, diria, estão. Eu não estou.

O FC Porto é em mim uma história, uma vida, uma maneira de ser, a forma mais pura de amor que sinto. Porque, independentemente das burocracias, das manias do “futebol moderno”, dos empresários ou das SAD’s, eu amo o FC Porto de igual forma. Ou melhor, eu Sou FC Porto. Não porque é giro, ou porque ganha muitas vezes. Eu amo a cidade e as suas “gentes”, o Clube, as claques, a mística do símbolo do Dragão. Eu amo a evolução Azul e Branca, que conquistou cada degrau da sua história com suor e determinação. Soube impôr-se ao país, ao mundo. Tudo em mim respira FC Porto.

A distância apurou este sentimento ao longo dos anos. Viver na cidade dos rivais diretos faz com que o meu Portismo esteja sempre acima de tudo. Tudo mesmo. E bem mais apurado. Sacrifico a vida pessoal, familiar, social, financeira. Tudo gira em torno do Dragão. Chamar-lhe sacrifício é falso. Faço-o com gosto e queria poder ver o Estádio do Dragão todos os dias. Passar por aquela Alameda todos os dias. E, agora, ir também ao Museu todos os dias. Tenho o privilégio de poder ir ao Dragão muitas vezes (FELIZMENTE) e ir aos jogos fora igualmente muitas vezes. Aliás, eu abdico de quase tudo para poder viver mais e mais o FC Porto. Não é fanatismo, é Amor. Amor Azul. Amor que me preenche. Amor que me ajuda a superar muitas coisas. Tantas vezes as vitórias do FC Porto me fizeram esquecer as minhas derrotas pessoais.

É verdade que o futebol é a minha modalidade de eleição. Sou mesmo uma “croma da bola”. E paremos aqui. Pois esta é uma altura difícil para os que vibram acima de tudo com o futebol.

Também eu já analisei inúmeros esquemas táticos. Os de Paulo Fonseca são realmente confusos. É certo que esta confusão dentro do nosso treinador (e dentro do campo) se deve à ausência de Moutinho. João Moutinho, uma perda difícil de reparar. Um “volante”, ou mais do que isso, Moutinho era mesmo o nosso “motor”. O meio-campo treme, deixando a defesa a cometer erros inacreditáveis. Eu entendo que Fonseca não sabe o que fazer, porque “pegar” nos Tricampeões sem alguns dos principais protagonistas desse título não é viável. Não é fácil. É preciso coragem para aceitar um projeto nestas condições. Começámos bem, mas fomos perdendo gás até nos arrastarmos em campo. Motivos? Excesso de confiança de alguns, falta dela noutros casos, Paulo Fonseca não tem “um” Moutinho. Jackson falha, já está crucificado. Se pensarmos bem, o nervosismo que se apoderou dos jogadores chega ao ponto em que com uma baliza aberta, 4 ou 5 jogadores do FC Porto não conseguem acertar. Os adeptos exigem, o que é bom. É positivo não deixar os jogadores andarem a passear em campo. Lembrar-lhes o que é representar o Futebol Clube do Porto – muito importante. Mas nunca esqueçam: eles não são Porto, nós é que somos. Eles representam o Clube. Nós somos o Clube.

Há muitos problemas táticos na equipa, verdade. Há poucas soluções, verdade. Mas é o que temos, muito verdade. São estes jogadores que temos de apoiar. São estes jogadores que temos de arrepiar e fazer chegar até eles um milésimo do sentimento SER PORTO.

Não destacarei nenhuma individualidade, não gosto de o fazer. Mas há jogadores no plantel com poucas qualidades técnicas. E, aqueles que as têm, andam a afogar-se taticamente entre os adversários. Paulo Fonseca inventa demasiado, mas gostava de perguntar a todos os que lerem este texto: depois de todas as tentativas que o treinador já fez, nenhuma serviu ao meio-campo. Qual julgam ser a fórmula ideal para “esquecer” Moutinho? A equipa está desorganizada taticamente porque Paulo Fonseca não tem como “arranjar” o meio-campo. Estamos muito dependentes dos laterais, usamos os extremos no centro e os jogadores de dentro nas linhas… Tudo está trocado. Não servimos Jackson e ele já não consegue servir a equipa devido às sucessivas desilusões que sabe ter provocado nos adeptos. Já não conseguimos converter marcas de grande penalidade. O lado psicológico está a dominar… Nós não estamos bem e os jogadores também não.

Quanto a vós não sei, mas eu estarei aqui ou no Dragão com a mesma força de sempre, com a mesma vontade de vencer de sempre e é isso que quero transmitir aos jogadores. Que eles conseguem, que eles são capazes de nos fazer sentir orgulho. Que eles conseguem “cuspir fogo”. Direi sempre “presente” para os ajudar a erguer. Mas vamos a erguer rápido. O Dragão não gosta de adormecer.

O bom de uma fase má é o prazer de a conseguir ultrapassar.

Obrigado às Claques do FC Porto. Obrigado por nos representarem. Fazem o que tem de ser feito. Mas sempre com um enorme Amor ao Clube.

O Amor que os verdadeiros sentem pelo Clube vai inspirar a equipa daqui para a frente.

Pelo FC Porto? Tudo.

É a minha opinião que estou a partilhar. Não estou a apontar factos irrevogáveis.

+Juliana

Texto escrito para o site: http://maisfcporto.com/

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