Fim de tarde frio na Invicta. Tudo
preparado para mais uma final. O rival, esse velho conhecido do FC Porto, vinha para fazer história,
mas a nossa vontade de seguir rumo ao Jamor foi mais forte que qualquer dado
histórico. O FC Porto não marcou apenas
muito, jogou muito. Sem equipa “titular”, os Dragões esmagaram o adversário. Muitos dirão que era presumível que
assim fosse, eu sou mais cautelosa com esse tipo de conclusões. Muitas
surpresas acontecem nestes jogos, entre equipas de escalões diferentes.
Aos 5’m a baliza do Atlético tremeu com
o remate de Martínez, que aproveitou
o bom trabalho de Varela. O extremo
viria a ser um destaque em toda a partida. Havia mais FC Porto, mais domínio, o que era natural dadas as devidas
diferenças entre as equipas. Atlético mostrava a sua ansiedade e os Azuis a sua superioridade, num jogo
que encarámos com seriedade, pois como havia dito Paulo Fonseca “não queremos ser uma das surpresas que costumam
acontecer nesta competição”. E tem toda a razão. A equipa de Lisboa ainda
tentou fechar-se e até surpreender-nos por Fábio Marinheiro com um longo remate
e aos 16’m quando Fabiano aliviou mal a bola. Mas Jackson teimava em assustar cada vez mais a baliza de Filipe Leão.
Este foi mesmo obrigado a uma boa defesa quando, aos 21’m, o colombiano
assistido por Lucho alveja a sua
baliza. Kelvin falha a recarga.
À beira dos 24’m, excelente rotação de Silvestre Varela! Domina e remata para o 1º GOLO! Não estando a defesa lisboeta
isenta de culpas, é um grande trabalho do extremo português.
Também Josué, hoje na sua verdadeira posição, aproveitava o seu potente
remate sempre que se achava em posição.
Com 32’m de jogo o anfitrião detinha 79% da posse de bola.
Minuto 37 e GOLO de Defour! O belga aumenta a vantagem, após um pequeno baile
de Kelvin, só teve de desviar para o
fundo das redes de Leão.
FC
Porto insistia, controlava, trocava a bola. Kelvin falhou alguns passes nesta 1ª
parte, recuperando confiança após a sua boa assistência que deu o golo a Steven Defour.
A 2ª parte traz Danilo a jogo para a saída de Alex
Sandro. Mudança de laterais para gerir fisicamente os jogadores.
Ainda antes dos 47’m surge o 3º GOLO (autogolo). Marinheiro na própria
baliza. Explique-se sucintamente que haveria grandes probabilidades de ser golo
na mesma, marcado por um jogador Azul e
Branco. Varela cruza muito bem, Martínez e Kelvin estavam na disputa,
dentro da área, em posição para aumentar a vantagem, mas foi o defesa do
Atlético que empurrou a bola para dentro da própria baliza.
Aos 59’m sai o capitão Lucho, entra Herrera.
Varela assume a braçadeira.
Aos 64’m Reyes isola Kelvin a quem o remate cruzado sai mal.
Ghilas
rende Cha Cha Cha
aos 68’m. O argelino assim que toca na bola pela primeira vez remata forte de
cabeça, mas a bola sai por cima.
72’m surge o 4º GOLO! Varela, Varela, Varela!
Confusão na área, a defesa do Atlético vacila, e o internacional português não
perde a oportunidade de bisar na partida. Reyes
esteve ele mesmo perto de poder marcar o golo. Esteve bem o mexicano. Nem houve
tempo para festejos e já se gritava novamente GOLO! Otamendi aos 74’m. O livre
muito bem marcado por Josué tinha o caminho já traçado, mas o argentino
quis certificar-se e desviou ligeiramente para o fundo da baliza dos lisboetas.
Aos 85’m Ghilas poderia ter feito o seu tento, após cruzamento de Danilo. Não foi Ghilas a fechar a meia dúzia, foi Kelvin! 6º GOLO aos 89’m! Boa simulação, o brasileiro desequilibra
e faz o gosto ao pé.
Fechada a contagem no marcador. Vitória
bem gorda dos Dragões, que fizeram
por isso. A equipa jogou muito bem.
O
Meu Homem Do Jogo: Silvestre Varela
Destaques
Varela, nada a provar, um extremo de
grande qualidade.
Ricardo, jogou numa posição adaptada e
saiu-se muito bem.
Reyes, regista boa evolução.
Defour, pela sua intensa alegria
aquando da marcação do seu golo.
Ghilas, o argelino quer tanto o golo
que é impossível os adeptos não sentirem essa vontade.
Opinião
Um FC Porto inovador mais uma vez.
Situação habitual nos jogos das taças.
A equipa de Lisboa não conseguia
disfarçar o enorme nervosismo no sector defensivo. Se para os rivais da
Primeira Liga o Estádio do Dragão é o “inferno azul”, para as equipas de escalões
inferiores não se pode imaginar como será.
O Atlético aguentou mais de 20 minutos
o ímpeto rematador dos Tricampeões. Apesar da realidade diferente dos plantéis,
a equipa de Lisboa queria repetir o feito de 2007.
Sou uma apreciadora da posição dos
defesas centrais e dos extremos. Reyes integrou-se bem, é um jovem jogador
ainda em crescimento, mas que foi muito regular. Que dizer de Varela? Um
extremo imprescindível. Trabalha em campo como poucos. Sublinho que o facto de
Varela ter jogado os 90’m em alto rendimento, provocou um desgaste considerável
no jogador que mesmo a ganhar por largas vantagens nunca desiste do jogo. Não
escondo a grande admiração que tenho por Silvestre Varela. Gostava que os
adeptos do FC Porto o prestigiassem como ele merece.
Foi um grande jogo, como se espera de
uma equipa do gabarito do Futebol Clube do Porto.
Sorteio da próxima fase será dia 9 de Janeiro,
às 12h30.