Mais
uma vez agradeço o convite que me foi feito para escrever neste espaço. É
sempre um prazer contribuir para este excelente blogue.
Hoje vou falar da época
desportiva da equipa do Futebol Clube
Porto. Época essa que ficou muito aquém das expectativas, com apenas um
título conquistado, a Supertaça, e com muitos erros, equívocos e, mais grave de
tudo, com muito pouco Porto.
O BI Campeão Vítor Pereira
não renovou o seu contrato com o FCP,
rumou às Arábias para uma nova aventura e para o seu lugar entrou o jovem
técnico Paulo Fonseca. Muitas expectativas giraram em torno do novo Treinador.
Era uma aposta de risco mas, no entanto, o
risco corrido na sua contratação era semelhante ao das contratações de José
Mourinho e André Villas-Boas, treinadores que, como se sabe, tiveram enorme
sucesso no nosso C lube.
No que toca aos jogadores,
saíram James e Moutinho, duas pedras
importantes, e entraram alguns jogadores nos quais se acreditava bastante. São os casos de Herrera, Licá, Josué e
Quintero. A pré-época foi
excelente, apenas uma derrota, mas como toda a gente sabe, na pré-época ninguém ganha nada. O início da época também foi prometedor
e não faria prever o que aconteceu a seguir. Vitória clara na Supertaça, com
3-0 ao Vitória SC, e uma entrada fulgurante no Campeonato, que nos permitiu amealhar 5 pontos de avanço sobre o
nosso maior rival. Tudo parecia bem encaminhado, mas foi sol de pouca dura.
O
deslize no Estoril,
com uma arbitragem “Calaboteana” diga-se,
marcou por completo a viragem da época
Portista. Depois da Amoreira veio o Restelo, o Nacional em casa e Coimbra.
Num instante, cinco pontos de avanço transformaram-se num terceiro lugar a 2
pontos da liderança. Na Liga dos Campeões, as coisas também não estavam melhores.
Pior performance de sempre em casa,
apenas 1 ponto conquistado contra o modesto Áustria de Viena, e passagem para a Liga Europa. O FC Porto, que era o representante do
pote 1 no Grupo, não foi além do terceiro lugar, com uns míseros 5 pontos.
Além dos maus resultados, as exibições foram paupérrimas, cheias
de inconstâncias e de erros primários
que ofereciam golos aos adversários. E, apesar de lá no fundo nós, Portistas, ainda acreditarmos que as
coisas pudessem mudar (muito por culpa do que se passou na época anterior), a
verdade é que, à 21ª jornada, o FC Porto
já acumulava 9 pontos de atraso para o primeiro classificado. Nesse
momento, a direcção achou que estava na hora de mudar (tarde dizem uns, cedo
dizem outros, erradamente dizem outros ainda) e, nem a eliminatória épica
contra o Frankfurt, que nos valeu o apuramento para os oitavos-de-final da LE,
salvou Paulo Fonseca. Para o seu lugar, entrou o interino Luís Castro. Um treinador com experiência nos escalões
de formação do Clube e com provas dadas na Equipa B, que na altura ocupava
a primeira posição da segunda Liga. A sua entrada parece que deu uma nova alma
à equipa, as exibições melhoraram e conseguiram-se resultados importantes, como
a eliminação do Nápoles e a vitória na primeira mão da Meia-Final da Taça de
Portugal, no Dragão, contra o maior
rival. No entanto, não deixaram de existir deslizes, como as derrotas em
Alvalade e na Choupana, com muita calabotice
à mistura, mas que nos arredaram por completo da luta pelo segundo lugar na
classificação.
Se de Campeonato estávamos
conversados, ainda havia uma LE, uma Taça de Portugal e uma Taça da “Cerveja”,
que agora já nem da Cerveja é, para ganhar. Mas o impensável acabaria por
acontecer, nos quartos da LE, depois
de uma vitória por 1-0 frente ao Sevilha, fomos completamente esmagados na
meia-hora inicial no Sánchez Pizjuán, o que permitiu à equipa da casa abrir uma
vantagem de 3-0, que soube gerir com mestria até final do jogo: 4-1 foi o resultado final.
Na Taça de Portugal, depois de uma vitória também por 1-0, fomos ao
Estádio da Luz com a expectativa de podermos voltar a marcar presença no
Estádio de “Oeiras”. No entanto, mais uma vez não estivemos à altura do
desafio. Depois de igualarmos a partida a uma bola e de termos o adversário
reduzido a 10 homens (até me enganei e chamei-lhes homens), deixamos fugir a
eliminatória, tendo perdido o encontro por 3-1. Restava a Taça da Liga, que nunca foi objectivo, não salvaria a
época e onde o nosso caminho foi igual aos das outras competições perdidas. Depois
de 0-0 no fim dos 90 minutos mais descontos, no Dragão, contra os mesmos de sempre, penalties e, depois de termos
estado duas vezes em vantagem, acabamos
novamente derrotados.
Resumidamente, assim foi a época do nosso Porto. Muito fraca e muito abaixo dos nossos
pregaminhos. Muitos erros foram
cometidos (e um dia com mais tempo poderei abordar as coisas mais a fundo,
como a escolha do treinador, dos jogadores, os empréstimos, os reajustamentos
em Janeiro e a falta de referências no balneário), mas desta temporada, que não
será para esquecer mas sim para lembrar, resta-nos
tirar ilações, aprender com os erros cometidos e corrigir o que de mal foi
feito para que, na próxima época, o FC
Porto volte ao seu lugar e ao caminho das vitórias.
Já temos treinador
escolhido, a celeridade do processo é um dado positivo, portanto esperemos que
Lopetegui comece desde já o seu trabalho, a fazer o “seu” plantel e a
implementar as suas ideias de jogo. Apesar de não conhecer o técnico espanhol,
tenho plena confiança em quem o escolheu, porque, apesar de ter errado nas
escolhas desta época, o Nosso Presidente,
por tudo o que fez por este Clube, tem toda a credibilidade para que se possa
acreditar que o técncico espanhol será a melhor escolha para o cargo.
E
nós adeptos, também temos de fazer a nossa parte. Toca a renovar os lugares anuais e ir
apoiar o nosso Clube, sempre que vos for possível. É hora de mostrarmos aos nossos inimigos, daquilo que somos feitos!
Texto escrito por Pedro Ferreira
(É sempre um prazer ter a tua colaboração, desta vez no
balanço de uma época de pouco Azul.
Obrigado Pedro.)
Gostava
de saber o que os meus “verdadeiros” pensam sobre esta época que nos custou
tantos títulos.
já analisei tanto e não chego a nenhuma conclusão, mesmo com jogadores de pouco valor era obrigatório fazer mais pela mística, pela honra, pelo símbolo e pelas próprias carreiras individuais! foi muito mau. Parabéns pelo blogue e pela crónica
ResponderEliminareu não fiquei desiludido com Herrera, fico é triste que querem que se aposte nos jogadores portugueses e depois não valem nada em campo, o recado alarga-se para a equipa B, quero ver o que fazem na equipa principal. se fizerem o mesmo que o Tóze é um luxo! ridiculo
ResponderEliminarJosué deve ficar no Porto, é um jogador mais necessário que C. Eduardo ou Defour! Herrera tem de crescer mais e acima de tudo têm que deixar de tirar tantas fotos para os instagrams e merdas e esquecem-se do que andam a fazer HOMENS RIDICULOS
ResponderEliminarMuitos erros da SAD, já todos sabemos. O artigo está muito bem escrito e não esqueçamos que efectivamento fomos algo prejudicados, apesar de ninguém olhar para isso porque estamos demasiado revoltados com a péssima época, houve jogos em que nos prejudicaram em demasia!
ResponderEliminarimperdoável as contratações de baixo nível, maus treinadores, desleixo do presidente!
ResponderEliminarJá passou e vamos olhar em frente. Chegou a uma altura em que já não estava em causa o valor dos jogadores, a má onda já estava instalada, mau ambiente, etc. Esses factores, esses "cancros" têm de ser eliminados. Bom texto. Parabéns pelo blogue, muito bom.
ResponderEliminarBom texto, concordo com quase tudo, excepto que Herrera tenha sido desilusão. Para quem desconhecia o futebol europeu foi uma surpresa e também gosto de Reyes, apesar de cometer erros não são piores dos que cometia Mangala
ResponderEliminarvárias situações contribuíram para esta época de pouco azul :( não estava em Paulo Fonseca a raíz do mal, mas sim... nos "super egos" como ele disse e muito bem!
ResponderEliminarQuintero é um flop!!
ResponderEliminarQuintero tem potencial, mas a raiz do problema, para mim, foi a SAD
ResponderEliminar