terça-feira, 26 de agosto de 2014

Há lugares e lugares...

Os quadros abaixo referem-se a gostos pessoais, sobre os seguintes lugares:

1.   Destino de campo favorito.
2.   Safari que gostariam de fazer.
3.   Montanhas que querem visitar.
4.   Destino de praia de sonho.
5.   Cidade que está há anos na vossa lista de desejos.
6.   Cidade onde gostariam de viver.

Eu convidei a minha irmã a falar-me dos seus lugares de sonho.


Sintam-se livres de partilhar se o quiserem




Opções da Convidada
Opções da Blogger
JB

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Futebolizando...


Não sei porque toda a gente esperava que Nani marcasse… Santa ignorância. Ele não é deste campeonato. Naqueles a que está habituado a jogar a baliza está mais para a esquerda

Não me digam que não sabiam…


JB

domingo, 24 de agosto de 2014

Vincent Aboubakar já veste a camisola dos Dragões!

Aboubakar fez praticamente toda a sua (curta) carreira no Lorient, França. 
O avançado camaronês (que marcou presença no Mundial do Brasil) chega ao FC Porto, com 22 anos. Na época passada apontou 16 golos, ficando atrás só de Zlatan Ibrahimovic, no campeonato francês.

O contrato vai até 2018 e os Dragões pagaram 3M por 30% do jogador. A sua cláusula será de 50M e o avançado usará o mítico número 99 de Baía, nas suas costas.


O nosso Cha Cha Cha vai ter finalmente um concorrente.

Imagem Oficial FC Porto

sábado, 23 de agosto de 2014

Paços de Ferreira 0x1 FC Porto

Nem a amizade recente entre os dois técnicos, sol intenso e nem mais um onze daqueles, bem diferentes, faria o FC Porto perder. Não há titulares, ou melhor não há muitos… Porque haver há sempre, não é míster Lopetegui?

Onze Inicial
12 Fabiano
26 Alex Sandro
4 Maicon
3 Indi
15 Evandro
6 Casemiro
36 Rúben Neves
9 Martínez
11 Tello
21 Ricardo Pereira
18 Adrián López

Se a primeira oportunidade foi para a equipa da casa, a verdade é que as outras vestiram de Azul. Diria mais ataques, porque no diz respeito a remates… A coisa não estava famosa.


Já se tinham passado 10 minutos de jogo e aquele último sector do FC Porto não conseguia desmontar a muralha do rival. Eram 9 jogadores fechados à chave na área do Paços de Ferreira. Que dose! As oportunidades flagrantes não apareciam, apesar da posse de bola rondar os 70% para os Dragões, isso não se traduzia em golos, como é hábito.
Aos 16’m Tello começa a sentir algumas dores musculares e Quintero vai a jogo.
Tanto na direita do ataque como com os seus cantos, Quintero começa a sua magia. Todos os passes do Paços eram imediatamente interceptados pelos Portistas.
39’m e chega o golo! Jackson Martínez, o goleador (e neste caso desbloqueador) de serviço beneficia de um perfeito cruzamento de Quintero. Já na compensação da 1ª parte, Fabiano defende um grande remate de Sérgio Oliveira.


Há mais de 10 anos que o Paços não vence o FC PORTO.

A 2ª parte começava igual, no entanto aos 55’m esteve à vista o empate da equipa da capital do móvel. O jogo fica aqui mais dividido. É certo que o adversário mandava as bolas todas por cima da baliza de Fabiano, mas não deixava de ser um sinal de que os rivais não estavam já para continuar com o “camião” em frente da sua baliza. Queriam arriscar e conseguiram, criaram sobressaltos e incomodaram os Dragões. Mas não há como negar que a atitude era agora outra. A supremacia esmagadora do FC Porto já não era tão visível. Um Paços mais agressivo. Um FC Porto mais faltoso.
Aos 56’m Herrera substitui Evandro.
Aos 64’m Rúben dá lugar a Óliver.
Aos 78’m podia ter sido o 2-0. Se Jackson tivesse conseguido o remate.

Destaques

Rúben Neves, pródigo.
Sérgio Oliveira, imensa qualidade.
Herrera, outro jogador constante e confiante desde que regressou do Mundial.

Cartões Amarelos

Evandro
Martins Indi
Alex Sandro
Maicon
Óliver Torres


Opinião

A forma como o FC Porto recuperou sempre a bola rapidamente, o domínio, a concentração e especialmente a visão de jogo incutida a alguns jogadores, surpreende-me cada vez mais. A máquina está claramente a afinar. Excelentes recepções de bola, passes perfeitos. E okay, Lopetegui já me convenceu. A sua leitura de jogo é esplêndida e sabe sempre o que a equipa precisa.

Já a 2ª parte foi bem mais cinzenta. Paços de Ferreira arriscou mais, mas o FC Porto jogou melhor e susteve  qualquer suspiro mais atrevido dos meninos da capital do móvel. A equipa do FC Porto partia-se com facilidade, e Lopetegui não estava a gostar. Nem nós.

Rúben Neves? Que dizer? Sempre o mesmo? Joga sempre bem. Quintero e Herrera entraram muito bem. Já Fabiano, hoje esteve bem melhor do que contra o Lille, mas mesmo assim, houve ali uns lances que poderiam ter comprometido um resultado tão curto. Se não há titulares, Andrés poderia mostrar também o que vale, ou não?

Claques do meu FC Porto, sempre lá. Obrigado, mais uma vez por serem a voz de todos aqueles que não podem estar presentes.

Parabéns a Evandro, aniversariante do dia! Felicitações Azuis.



JB

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Líbia, três anos depois

Membros da brigada islâmica Misarata disparam contra o aeroporto de Tripoli numa tentativa de tirar o controlo a uma poderosa milícia rival, em Tripoli, Líbia, 26 de Julho, 2014.
À medida que os governos por todo o mundo encerram as suas embaixadas e saem da Líbia, no meio da violência e anarquia que se apoderou do país, é importante não perder de vista o papel da NATO em aprovisionar um estado falhado que agora voltou para hostilizar toda a gente.

Foi há três anos – Março de 2011 – quando, entre a revolta pela morte de civis às mãos das forças de Muammar Kadhafi, a NATO lançou um bombardeamento de sete meses na Líbia para proteger os cidadãos. A operação rapidamente resultou na mudança do regime e, durante o conflito, 260 aviões de combate fizeram mais de 26,000 missões, largaram 20,000 bombas. Mais de 200 mísseis cruzeiro foram lançados contra alvos Líbios  e muitos civis foram mortos. O Canadá teve o seu papel na missão. Emprestou alguns CF-18 que fizeram mais de 900 ataques e largaram quase 700 bombas.
Quando tudo terminou, em Outubro, o fraco exército de Kadhafi tinha sido destruído, o ditador estava morto e os países da NATO davam palmadinhas nas costas por terem libertado a Líbia de um tirano malvado. Nas suas mentes foi um trabalho bem feito e, em Ottawa, realizou-se uma parada militar para assinalar a vitória.

“Um novo recomeço para a Líbia está no horizonte e nós ajudaremos a que seja alcançado” disse o primeiro-ministro britânico David Cameron, um dos principais apoiantes da guerra, à medida que as bombas caíam.
E depois acrescentou, enquanto a tão apregoada nova era despontava: “A Primavera Árabe está um passo mais longe da opressão e da ditadura e um passo mais próxima da liberdade e da democracia… Nós ajudámos o povo Líbio a libertar-se e agora temos em perspectiva um novo parceiro a Sul do Mediterrâneo.”

Mas assim que os aviões de combate da NATO deixaram os céus da Líbia, o verdadeiro legado dos benfeitores ocidentais no terreno foi uma realidade totalmente diferente. Para as pessoas deixadas para trás a sofrer as consequências seria um pesadelo.
Primeiro, a cidade de Benghazi, cuja situação difícil durante a revolta líbia desencadeou a acção da NATO, é agora o epicentro da violência e anarquia que tem destruído o país. Os mesmos rebeldes que agradeceram a interdição do espaço aéreo imposto em Benghazi com preces de “obrigado NATO, obrigado América” são, alegadamente, membros do grupo que atacou o consulado dos EUA na cidade, matando o embaixador Christopher Stevens e mais três americanos. Milícias fortemente armadas ocuparam territórios e o recomeço idealizado por David Cameron reflectiu-se numa onda de raptos, assassínios, violações e decapitações que agora assola o país. Mais de 200 pessoas morreram devido aos vários confrontos das várias milícias pelo controlo do território. Vários países têm tentado desesperadamente evacuar os seus cidadãos. Não é bom sinal para o futuro quando os libertados perseguem os libertadores. O suposto governo é demasiado fraco para fazer alguma coisa, considerando que tanto o Primeiro Ministro como os líderes políticos podem ser raptados à vontade.

Ainda mais grave é o resultado do falhanço da NATO em assegurar o controlo das armas deixadas para trás depois da queda de Kadhafi. Sem uma autoridade central forte, vários grupos rebeldes e milícias arrecadaram o que consideraram como despojos da guerra, sendo a Al-Qaeda no Magreb Islâmico a maior beneficiária. As armas estão a ser usadas não só para causar problemas na Líbia, mas também para fomentar a violência no Mali, Nigéria, Chade, Somália e Norte da Nigéria. A maior ironia é que a operação da NATO, que pretendia promover a liberdade e democracia na Líbia, acabou por fortalecer a Al-Qaeda.


A Líbia desapareceu das manchetes mas o que a NATO nos diz é que o Ocidente nem sempre tem as respostas e soluções. E às vezes tem de o admitir. Uma chuva de bombas, lançada da segurança de um avião de combate ou de um navio, sobre um exército pobre é a parte mais fácil. A parte difícil é gerir o desagradável pós-guerra. Os países da NATO saíram da Líbia há muito, mas à medida que o país caminha para a anarquia poder-se-á tirar uma lição importante para todos: as bombas não compram a liberdade ou a democracia.

Mohammed Adam

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Lille 0x1 FC PORTO

Jamais deixam a equipa sozinha no Pierre-Mauroy; os adeptos Portistas marcaram grande presença na primeira mão do playoff da Champions - a grande montra do futebol europeu e, sejamos objectivos, a liga dos milhões. E nós queríamos tudo: a vitória, a glória e os milhões. E foi isso que trouxemos de França!

Onze Inicial:
12 Fabiano
2 Danilo
3 Indi
4 Maicon
26 Alex Sandro
36 Rúben Neves
30 Óliver
16 Herrera
6 Casemiro
8 Brahimi
9 Martínez (C)

Substituições
Sai Brahimi, entra Tello
Sai Rúben Neves, entra Evandro
Sai Óliver, entra Quaresma

Começava o sonho. Ou melhor, a sauna. Cobertura fechada, sacanice dos franceses, claro está. Sem vento e com 15º graus, era essencial fechar a cobertura do estádio. Até o treinador René Girard resolveu fazer uma piada, dizendo: “É para privar os portugueses de oxigénio.” Parece que quem ficou sem ar foi o meu “amigo”.

Aos 6’m já Danilo tinha um cartão amarelo, injusto e que condicionou o lateral. Remate aos 11’m de Rúben Neves! Este miúdo é um prodígio! Grande, enorme Rúben. Apesar de algumas perdas de bola, Herrera trabalhou sempre muito bem ao longo de todo o terreno de jogo. Veio um jogador “novo” do Mundial. O Lille nem conseguia construir um lance com pés e cabeça. Aos 28’m Martínez podia ter marcado, não tivesse sido puxado. Grande penalidade por assinalar, mas aqui não há chorões e a equipa manteve-se orientada. Finalmente aos 32’m, o senhor holandês (um tal de árbitro, e dizia-se ser muito bom, agora imaginem se fosse mau), resolveu confraternizar com Balmont e mostrar-lhe FINALMENTE o cartão amarelo, por uma falta terrível sobre Óliver. Fabiano parecia um espectador até aos 35’m, mas depois os franceses começaram a carregar. Aos 44’m, Jackson novamente a obrigar Enyeama a uma grande defesa. Também o Lille teve os seus minutos de fama ao cair do pano da 1ª parte. Sébastien Corchia podia ter marcado, mas a sua falha escandalosa foi de gritos!


Os Dragões foram dominantes, muita posse e, mesmo com uma frente de ataque totalmente diferente, subjugaram a equipa francesa.

Sem substituições, iniciou-se o 2º tempo. As fintas do jovem Rúben são um deleite para qualquer apreciador de futebol. Tello não precisou de muitos minutos para estar na origem do golo que dá vantagem ao FC Porto. Rúben Neves descobre o espanhol, este cruza, Jackson cabeceia e falha, mas Herrera estava lá para colocar a bola dentro das redes da baliza gaulesa. Estava feito o GOLO aos 60’m!!! Sustos grandes para nós? Nem vê-los. Salvo nos descontos, onde foi muito valioso aquele corte perfeito de Maicon.
Não há muita mais história num jogo claramente controlado pelos Dragões!!! ORGULHO.


Opinião

Que dizer de Rúben? Bateu o recorde do nosso CR ao estrear-se nas provas europeias ainda mais novo do que o melhor do mundo! Não há palavras para tanto jogo. Óliver é fundamental neste onze, excelentes assistências (que poderiam ter dado golo). Com 19 anos, as qualidades são imensuráveis. É verdade que hoje o espanhol teve uns deslizes, mas isso em nada invalida o seu excelente jogo. Fabiano complicou em alguns lances de potencial perigo.
O FC Porto trocou bem a bola, dominou, mostrou uma excelente orientação e, na minha opinião, precisamos apenas de um PL que venha pressionar o nosso Cha Cha Cha. Lopetegui está a criar uma equipa muito, mas muito forte, com grande capacidade de concentração para que, quando são cometidos erros, o colectivo não perca o juízo. Começo a dar cada vez mais mérito ao técnico espanhol.
Péssima atitude dos jogadores do Lille que, sem terem como contrariar a superioridade Azul & Branca, foram agressivos e perderam algures o cérebro. Só as bolas paradas mostravam algum alívio aos franceses.
O Futebol Clube do Porto não concretizou à medida do que jogou. Caso o tivesse feito, os jogadores gauleses teriam saído do Pierre-Mauroy com máscaras de oxigénio.

É um FC PORTO capaz de esmagar. É um FC PORTO que não perde o “norte”. É um FC PORTO que não desilude e já sabem: não assobiem os vossos guerreiros.

Melhor em campo? Tenho 3 nomes, não me consigo decidir… Alguma sugestão?


JB

Obrigado Cris pelas fotos abaixo. Pelo FC Porto? Tudo.



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Futebolizando...

Ora bem, sendo este um blogue livre, onde todos dizemos o que pensamos, seria quase um crime, não darmos uma palavrinha ao nosso internacional português Luis Nani. E só para ele se sentir importante vamos todos dizer-lhe o que pensamos do seu regresso ao clube verde. 

Vamos "futebolizar"?
Ups Nani, lamento ainda não ter uma foto com o teu novo equipamento...

domingo, 17 de agosto de 2014

"Lá volta este camelo a berrar contra os que assobiam"

Graças a um grande amigo, pude ir ao encontro deste texto hoje que é muito mais do que uma verdade ou constatação. É uma lição. E já agora, mesmo que anonimamente, gostava que partilhassem, sem receios, porque assobiam os jogadores ao mínimo deslize (aqueles que o fazem). Desfrutem!


Caros idiotas que começam a assobiar a equipa quando ela está num ponto momentaneamente frágil,

Gostava de vos propor uma experiência sociológica. Um destes dias, quando chegarem ao vosso local de trabalho, alapem a peida confortavelmente depois de irem tomar um café e conversarem distraidamente sobre o decote da gaja da contabilidade ou a aula de body zerkump que tiveram ontem. Depois de bem sentadinhos, liguem o vosso computador. Estou a assumir que trabalham num escritório, mas também pode servir para malta que trabalhe de pé, numa obra de condutas de gás ou a tentar vender seguros à porta dos supermercados. Não desdenho nenhuma destas actividades, como decerto não desdenharão a minha, seja qual for o que imaginam que faço durante o dia.

Conceptualizando a vossa profissão como tendo de usar um computador para fazer coisas que vos garantem o ordenado ao final do mês, imaginem que abrem o Excel. Depois dos logotipos aparecerem na pantalha e de vos surgir uma folha branca cheia de pequenos rectângulos, abrem um ficheiro onde costumam trabalhar. Uma folha de ordenados, turnos definidos, planos de investimento, you name it. E vão a tentar copiar uma das células para outra zona do documento, mas enganam-se no destino. Nesse momento, um grupo de quarenta pessoas que nunca antes tinha visto aparece directamente por cima do vosso ombro e começa a gritar: “És uma merda, Antunes, não sabes que não é para aí que devias copiar o A8? É para o C14, ó animal de merda, não é para o C13, é para o C14! Toda a gente sabe que é para aí! Morre, meu paneleiro, havias de chegar a casa e encontrar o teu cão morto e a tua mulher com nove pilas estranhas lá dentro!“. Não lhe parece mal, portanto, que um simples erro encontre tão vil tratamento? Encolhe os ombros e procede na demanda da deficiente cópia da maldita célula A8. E, por infeliz acaso do destino, quiçá causado pela urina que se vai acumulando nas suas calças de bombazina depois do susto que há pouco apanhou, torna a copiar a célula…mas engana-se de novo e espeta o valor do ordenado do Pereira na célula C15. Oh, inclemência, pensa enquanto as mesmas quarenta pessoas surgem como um coro de demónios atrás de si: “Outra vez, seu filho de treze putas e mil pais! Já não viste antes que não era assim que se fazia?! Nunca trabalhaste com um rato na vida? É o teu primeiro dia neste planeta, cabrão, e já estás a fazer mais merda que uma manada de vacas com diarreia? Não mereces viver, cornudo, não mereces respirar, sai já daqui, corre para os braços da tua mãe, se ela ainda te quiser depois da vergonha que a fizeste passar!“. Desolado, triste, trémulo, lá tenta pela terceira vez e, finalmente, o valor certo vai para o lugar certo.

Se alguém conseguir fazer um paralelismo entre esta pequena parábola e a atitude de tanta gente que foi ao Dragão na sexta-feira passada, talvez seja porque esteve lá e, como eu, achou absurda a reacção de tantos adeptos a uma sequência de hesitações entre Fabiano, Maicon e Indi. Repito o que tenho dito há alguns anos para cá: sócios destes? Não, muito obrigado.



sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um Bom Começo: FC Porto 2x0 Marítimo

Nota: Hoje sou eu, enquanto blogger, que quero fazer um curto à parte, de forma a justificar porque não sou eu a fazer a crónica. Não me encontro no país e, apesar de ter obviamente acompanhado o jogo pela televisão, convidei o Pedro Ferreira a escrever a crónica da partida inaugural, dado que ele esteve no nosso Dragão e pode assimilar cada milésimo de emoção, cada passe, cada lance. E fez um excelente trabalho, mais uma vez. Agradeço-lhe de coração pois sempre que aqui escreve é a convite, não a dinheiro. Obrigado, muito obrigado Pedro.
O Pedro é um membro da comunidade +FCPorto, da qual muito me orgulho de ter pertencido e não deixem de visitar: http://somos.maisfcporto.com/ .

Vamos ao jogo!

O Dragão entrou com o pé direito na época 2014-2015, com uma vitória por duas bolas a zero, frente ao Marítimo.

A nação Portista está novamente com a esperança em alta e correspondeu em excelente número à primeira chamada desta nova época. Foram 48 mil pessoas que puderam ver um bom jogo do FC Porto, ainda com bastante para melhorar e com muita margem de progressão, mas já com ideias bem definidas e um futebol bastante agradável. Lopetegui surpreendeu em dar a titularidade a Brahimi, em detrimento de Tello, obviamente levando em conta aquilo que se esperaria ser o primeiro 11 da era do basco, à frente dos Azuis & Brancos. Por outro lado, a titularidade do menino Rúben Neves nada surpreendeu e quem diria que este seria o homem do jogo...

O FC Porto entrou dominador, sempre instalado no meio-campo do adversário e não tardou em ameaçar a baliza de Salin. Aos 12 minutos, o momento mais alto, da ainda curta carreira de Rúben Neves. No seu primeiro jogo como profissional, o jovem português apontava o golo que deixava o FC Porto na frente de marcador. Um mau alívio, muito bem aproveitado, com um remate de ressaca muito bem colocado. Os Dragões conseguiram chegar ao tento cedo, o que inicialmente fazia prever que a equipa da Madeira se pudesse expôr mais. Puro engano. Na estreia como treinador principal, Leonel Pontes, demonstrou pouca ambição, por coincidência, uma característica forte que ele secundou durante grande parte da sua carreira. Ainda assim, numa distracção da defensiva Portista, valeu Alex a evitar o empate. Foi o único sinal de verdadeiro perigo para a baliza de Fabiano. Durante o resto da partida, só deu Porto. Brahimi sempre muito veloz no corredor esquerdo, foi uma dor de cabeça para a defesa insular. Óliver esteve melhor do que Herrera no trabalho de dar consistência ao miolo e alimentar o ataque. Rúben esteve muito bem, muito seguro e sempre com a cabeça bem levantada a colocar passes verdadeiramente fantásticos.

Não foi de surpreender que, na segunda parte, exceptuando os primeiros 10 minutos, o FC Porto tenha estado sempre perto do segundo golo. Lopetegui quis dar força ao meio-campo, para o efeito, retirou o algo desinspirado Herrera e colocou o brasileiro Casemiro. Posteriormente, substituiu o homem do jogo para o público do Dragão, Rúben Neves (uma estreia de sonho), por Evandro, que acabaria por ser uma peça chave nos últimos 15 minutos de jogo, onde os Azuis & Brancos praticamente impediram o Marítimo de ter bola. A última alteração serviu para refrescar o ataque, Brahimi deu o seu lugar a Tello, que teve papel decisivo no segundo golo.


O tempo passava, o Marítimo nada incomodava e só um erro, ou um golpe de sorte, poderiam tirar os 3 pontos aos Dragões. No último lance da partida chegou o segundo golo, mais do que justificado pela turma Portista. Boa abertura de Casemiro, fantástico trabalho individual de Tello, que culminou com uma assistência brilhante para Jackson que, à segunda, acabou por introduzir a bola na baliza de Salin e terminou em definitivo com as aspirações madeirenses.

Vitória justa dos Dragões que, apesar de não terem sido brilhantes, deram sinais bem positivos daquilo que poderá ser o futuro do FC Porto

O próximo compromisso está marcado para quarta-feira, em Lille, a primeira mão do play-off de acesso à UEFA Champions League. Será importante trazer de França um bom resultado, para que no Dragão, possamos carimbar a passagem à fase de grupos da prova e, dessa forma, igualar o Manchester United como os clubes com mais presenças na Liga dos Campeões.

Texto escrito por Pedro Ferreira
(É sempre um prazer ter a tua colaboração. Obrigado Pedro.)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O mundo esqueceu as meninas da Nigéria

Fiquei apaixonada pelos artigos de Mohammed Adam. Espero que gostem e partilhem. Vale a pena.


A ativista nigeriana Maryam Uwais faz pressão pela libertação das estudantes de Chibok raptadas, durante uma campanha para assinalar os 100 dias desde que as 276 meninas foram levadas da escola em Chibok, Borno State, a 23 de Julho de 2014. Os familiares afetados pelo rapto em massa das meninas da Nigéria voltaram a relatar o seu pesadelo ao Presidente Goodluck Jonathan na terça-feira, durante  o seu primeiro encontro com o líder nigeriano, 100 dias depois do ataque chocante.        
A facilidade com que o mundo esquece. Só passaram três meses, mas já parece uma eternidade desde que mais de 200 meninas nigerianas foram raptadas da escola na calada da noite pelo violento grupo Boko Haram. Vigílias e marchas pelo mundo inteiro marcaram os 100 dias de cativeiro das meninas e o presidente nigeriano Goodluck Jonathan finalmente saiu da sua concha para conhecer os pais das raparigas raptadas. Suponho que devemos agradecer a Deus pelas suas pequenas graças. O anterior Primeiro Ministro britânico Gordon Brown, no papel de embaixador da ONU, tentou manter acesa a esperança pelo regresso das meninas no assinalar da data, mas as suas palavras não foram sinceras.

“O mundo não esqueceu estas meninas. Não em 100 dias. Nem por um dia”, escreveu Brown.

Sim, esqueceu. A indignação universal provocada pelo rapto e o esforço massivo para mobilizar a comunidade internacional a confrontar os terroristas e resgatar as raparigas dissipou-se.

Os governos ocidentais falaram severamente, prometeram à grande mas no final fizeram muito pouco para ajudar a salvar as meninas. Uma campanha mundial intitulada “ Tragam de volta as nossas meninas” levada a cabo por líderes políticos e religiosos e celebridades alastrou-se aos vários continentes e mobilizou as pessoas. Havia esperança, mas durou pouco. Assim que os rostos tristes que tocaram os nossos corações desapareceram dos ecrãs das televisões, a revolta desapareceu e os governos passaram à próxima crise em destaque, promessas esquecidas. As pessoas voltaram às suas vidas atarefadas e a campanha “Tragam de volta as nossas meninas” esfumou-se. Mais de 200 raparigas são chocantemente raptadas e o mundo só o que faz é derramar uma lagrimazita, depois encolhe os ombros e segue em frente. É difícil imaginar o horror com que estas raparigas são confrontadas a cada momento que passa. O terror, a impotência e o sentimento de abandono devem ser excruciantes. Mas apesar da preocupação e tristeza das pessoas em todo o mundo, não podemos simplesmente marchar para a floresta nigeriana e resgatar as raparigas. Essa é a responsabilidade do governo e o fracasso é todo do suposto governo da Nigéria. E este fracasso levanta a questão fundamental da utilidade do governo, em muitas partes de África. 

Ditadores e políticos ganham eleições, influenciam-nas ou tomam conta do poder, tudo em nome do povo, mas uma vez lá, só se preocupam consigo próprios. Alguns roubam os cofres do estado, deixando a larga maioria da população empobrecida. Outros escoamentos continuam, dos vastos recursos naturais como o petróleo, ouro e madeira para as contas bancárias pessoais. E ainda alguns transformam os seus países em ditaduras, prendendo, torturando e matando os seus. Agora temos um governo que mostra pouca preocupação com a segurança das suas crianças.

Seria inconcebível que uma criança desaparecesse no Canadá ou, suponhamos, na Alemanha e a máquina do governo não fizesse tudo ao seu alcance para encontrar esse único ser humano. No entanto, mais de 200 crianças desapareceram há três meses e o presidente nigeriano nem sequer se dá ao trabalho de conhecer os pais em sofrimento, até que a adolescente paquistanesa e defensora das crianças Malala Yousafzai o pressiona. A Nigéria tem o maior número de soldados da África ocidental e igualmente numerosas forças policiais e de segurança. Contudo, várias partes da zona nordeste do país tornaram-se áreas proibidas para as forças governamentais. O Boko Haram aterrorizou as forças militares e de segurança, deixando vilas e cidades à mercê de carniceiros frios. Desde o rapto, muitas pessoas, incluindo os pais de sete das meninas raptadas, foram mortas pelos terroristas. Quando os habitantes pedem ajuda, sob ameaça, o governo ignora-os. A corrupção cresce e os soldados, com pouco armamento, mal pagos e desmotivados, têm pouca ou nenhuma vontade de colocar as suas vidas em perigo.

O que está a acontecer na Nigéria é sintomático dos governos em muitas partes de África: servem-se a si próprios, sem se preocupar e sem ter orientação. Não é surpresa que os cidadãos estejam desesperados. Quanto às meninas, infelizmente o pesadelo continua. Tudo o que o resto de nós pode fazer é continuar a rezar por um milagre.

Mohammed Adam é um escritor de Ottawa.

Escrito por:

MOHAMMED ADAM