As condições climatéricas bastante agitadas
não aqueciam nem arrefeciam os jogadores Portistas,
que iniciaram o jogo dentro do autocarro. Estavam com frio, rapaziada? Meio-campo interessante de hoje obrigaria
Josué a um enorme desgaste. Este, antes dos 3’m, obrigou Matías Degra à
primeira intervenção, ao cabecear em antecipação a Jackson. Pouco depois, Cosme não viu a mãozinha na bola, “ai Jasus”
se fosse ao contrário. Adiante.
Ricardo
Quaresma tem na insistência uma mais-valia. Boa interação
entre o extremo e Josué. A equipa
tentava servir Jackson, mas este não
conseguia finalizar com êxito. Os pacenses não foram ao Estádio do Dragão passear e a prova disso foi a bomba de Seri aos
17’m, só travada por Helton. Helton, grande Helton! O
sentinela brasileiro não vacilou em nenhuma das tentativas do P. Ferreira.
Aos 26’m, Danilo lança-se no ataque para servir Martínez, o colombiano não chega à bola. Logo de seguida, Quaresma envia a bola de trivela para a baliza de Degra, daria um lindo golo
se lá tivesse entrado. Os Tricampeões Nacionais
pareciam algo desligados entre si, não
conseguindo construir jogadas de ataque perigosas e a fraca pontaria de Jackson não estava a ajudar. Após boa
receção, o colombiano volta a não
acertar o remate, aos 33’m. Passes
falhados e ritmo lento traduziam o jogo dos Azuis e Brancos. O gelo é quebrado aos 41’m, quando Seri mete a mão
na bola. Desta vez, o árbitro conseguiu ver e aplicar o devido castigo. Ricardo Quaresma converte e desbloqueia assim o marcador e a equipa.
Foi um 1º tempo de grande esforço dos laterais Portistas, faltava o entrosamento
destes com os extremos. Del Valle podia ter marcado, só esbarrou em Helton. Mangala, Fernando, Josué, Quaresma e Varela foram
os protagonistas mais flagrantes nas (poucas) jogadas ofensivas que se viram.
Bom jogo do Paços até aqui.
Recado:
Meu caro Luís Freitas Lobo, quando
pede que Quaresma jogue “simples”,
tenho de sair em defesa do meu jogador. Pergunto-lhe, porque não escreve um
livro em “português”? É por esse mesmo motivo que Ricardo Quaresma também não joga simples. Cumprimentos.
A 2ª parte inicia-se com Degra a ter
muito trabalho. FC Porto apareceu
mais subido, mais confiante e mais dinâmico. Bons cruzamentos da dupla “Varesma”.
Herrera faz meio golo, que Jackson não soube finalizar.
67’m, Josué sai para a entrada de Quintero.
Paços não desistia de chegar ao
empate, apesar do domínio Portista
nesta altura do jogo, fechava muito bem, deixando cair por terra todas as tentativas
dos Campeões Nacionais.
76’m sai Quaresma, entra Licá.
O extremo
português e Jackson tiveram uma boa
oportunidade para aumentar a vantagem aos 80’m, mas não foram eficazes.
Pedia-se mais no Estádio do Dragão,
pedia-se muito mais. Mais golos, mais
organização, mais futebol por parte do anfitrião. Os adeptos pedem, a
equipa dá. Aos 87’m, golo de Martínez. Finalmente Cha
Cha Cha! Grande recuperação de Fernando
no meio-campo, Licá a aparecer na
esquerda, desequilibra muito bem e cruza de primeira para o colombiano.
Aos 90’m sai Varela, entra Ricardo.
Aos 90’m, golo…de Ricardo! Poucos
segundos após ter entrado, de extremo
para extremo, estava fechado o marcador. Licá remata cruzado, Degra não agarra à primeira e Ricardo, fresquinho, a aparecer e
empurrar para o 3º golo.
Resultado largo para o que o Paços estava
a conseguir fazer, mas também revelador de que o Dragão nunca desarma.
Os
Meus Homens Do Jogo: Os 4 extremos
Destaques
Helton,
fiel e atento guardião, salvador nas horas críticas.
Licá,
no lado esquerdo, a sua posição de origem, desequilibra com facilidade.
Jackson
está de parabéns, subiu ao 1º lugar do pódio dos melhores marcadores do
Campeonato.
O mau tempo que se viveu no Dragão perturbou e muito ambas as
equipas.
Opinião
A minha equipa anda inconstante? Sim.
A minha equipa tem falta de dinâmica e entrosamento? Sim, tem. Nota-se a falta
de uma rotina de jogo que dê tranquilidade aos jogadores. Mas, a par disso, é a
equipa com mais alma, mais força e mais crente! Ora vejamos, se para uns e
outros o jogo acaba aos 90’m, para o FC
PORTO começa nesse momento. Por isso, adversários do Dragão, mantenham-se em “alerta vermelho”.
Não foi um
jogo brilhante, a equipa parecia algo desligada. Jackson desesperava por
atinar e “Varesma”, inconformados com o resultado, debatiam-se como
podiam. Foi preciso um golo de grande penalidade (bem assinalada) para desbloquear
os desacertos da equipa. O colectivo está em constante construção e não é fácil
trabalhar assim. Muitas mudanças no Verão, muitas mudanças no Inverno. O Paços
de Ferreira apresentou um futebol organizado e tem mérito pelo que o Dragão
não conseguiu fazer na 1ª parte. Del Valle, Seri e Bebé são dores de cabeça a
ter em atenção.
O FC
PORTO foi digno da vitória, não por ter jogado muito bem, mas por ter na
individualidade de alguns dos seus jogadores uma verdadeira raça Azul e
Branca que, orgulhosamente, joga de Dragão ao peito. E a eles, o
meu enorme obrigado. Por não desistirem. Por serem fortes e resistentes a tudo
e todos. Não se deixem desanimar nunca. Não deixem que vos digam que não
prestam. Nada nos derruba. Nada. Nem a “Stephanie”. Força CAMPEÕES.
Abdoulaye Ba merece uma
nota minha. Demonstra uma felicidade imensa no regresso à sua casa. Dá gosto
ver estes jogadores jovens com a alegria estampada no rosto por envergarem as
cores do FC PORTO.