Antes
de mais, agradeço o convite que me foi enviado para escrever neste espaço.
Convite esse que aceitei com todo o gosto e me honra bastante. Espero
contribuir de uma forma positiva, com este meu artigo de opinião.
Quando
me foi feito o convite fiquei indeciso sobre o que iria abordar. Teria tantos,
mas tantos temas para falar, que uma simples crónica poderia tornar-se numa
mini-revista. Dado que escrevo depois de uma derrota do nosso clube, acho que é
inevitável falar do momento actual da nossa equipa de Futebol, pois nesta
altura essa é a maior prioridade.
Pois
bem, perdemos na Madeira. Voltámos a jogar mal, sem dinâmica, intranquilos, com
falta de qualidade de jogo e com falhas graves na finalização. Era um jogo importante,
uma saída teoricamente complicada e era imprescindível não deslizar. Não fomos
competentes e voltámos a cometer os mesmos erros de desaires anteriores e de
jogos que, apesar de termos ganho, a qualidade exibicional ficou aquém do
mínimo exigido. Felizmente, os danos não foram maiores devido ao Bruno Paixão,
pois caso não tivesse marcado aquele penalty,
o Vice-campeão Nacional teria mais tempo para tentar ganhar o jogo em Barcelos...
Mas
Calabotices à parte, não estamos bem. Não podemos negar esse facto. A equipa
não está coesa em campo, mostra-se bastante desposicionada, pouco pressionante
e completamente sem identidade. O rosto de cada jogador parece mostrar uma
falta de confiança enorme nas suas capacidades. No banco vemos alguém que não
conseguiu implementar as suas ideias, que quis romper com o Futebol de um
passado recente, mas, até agora, aquilo que conseguiu foi uma mudança para
pior.
E
para um pior que já não se via há muito tempo, talvez desde o tempo de Octávio.
Obviamente, não é tudo responsabilidade de Paulo Fonseca. A época foi mal
planeada, as contratações não foram as mais correctas e, em Janeiro, os
reajustamentos talvez não tenham sido os mais indicados. Mas isso são outras
contas que nos conduziriam para a tal mini-revista.
Depois
de tantos pontos negativos e de uma análise fria à realidade da nossa equipa, é
hora de olhar para o que de bom temos. E o que de melhor temos é que estamos em
4 frentes e nada está perdido em nenhuma delas. Sei que esta conversa das
frentes faz lembrar outro clube, mas a realidade é esta. Mesmo com todos estes
percalços, estamos na Taça de Portugal (é essencial bater o Estoril na Quarta),
estamos na Taça da Liga (onde, se nada de ridículo e escandaloso se passar,
iremos defrontar o nosso adversário favorito no nosso local favorito), entrámos
na Liga Europa onde as possibilidades de sucesso são nitidamente maiores do que
na Champions (obviamente que isto é o lado de adepto a falar e não o de
economista ou administrador da SAD) e, no Campeonato, apesar de todos os
tropeções que não são habituais, ainda ninguém nos conseguiu deixar
suficientemente para trás, de modo a que possamos dizer que estamos arredados
da luta. Além disso, nunca fomos de atirar a toalha ao chão e não será agora
que o iremos fazer.
Amigos
portistas, sei que a situação não é fácil.
O Treinador tem estado muito abaixo
do esperado, muitas vezes parece impotente no banco de suplentes, sem solução
para o que de mau se passa no campo. A equipa não produz o que devia produzir e
as bolas não entram. Mas é proibido desistir. É proibido dizer “Este ano nunca
mais lá vamos”. Não amigos portistas, isso não podemos fazer. Os últimos anos,
felizmente, trouxeram-nos muitas e muitas vitórias e construiram uma cultura de
vitória que nunca deverá ser perdida no nosso clube. Mas devemos lembrar-nos de
onde veio a nossa mística e onde nasceu o “Ser Porto”. Esse espírito foi construído
a partir das derrotas, a partir da luta contra as injustiças, do afastamento do
“trauma” da ponte e de uma grande capacidade de luta nos momentos mais
adversos.
Sei
que estamos habituados a ganhar e ainda bem que assim é. Eu, nos meus 21 anos,
poucas vezes não vi o Porto ser campeão. Mas também é preciso lembrar tudo o
que passámos, que o FCP tem 120 anos e não 30 e que nem sempre foi um mar de
rosas. E nem por isso deixámos de existir e ser aquilo que somos. Acho que,
mais do que nunca, é nestes momentos que nos devemos recordar da nossa
história, de tudo o que passámos, dos 19 anos em seco e unirmo-nos para tentar
que esta época chegue a bom Porto, porque na verdade nada está perdido. Exigir
atitude aos jogadores? Sempre! Querer que joguem mais e melhor? Sem dúvida!
Apontar falhas ao Treinador quando elas são óbvias? Imprescindível! Mas nunca
colocar tudo em causa, criticar por criticar, entrar num sentimento de “bota-abaixismo”,
quando ainda temos tudo para ganhar.
Não
vai ser fácil, isso é garantido, vamos ter que sofrer muito até Maio. Mas
acredito plenamente que nessa altura, tal como na época passada, vamos pensar
em tudo o que se passou e dizer: “Olha se calhar ainda bem que foi assim, até
soube melhor”.
Saudações
azuis e brancas.
Texto escrito por Pedro Ferreira
assino por baixo!
ResponderEliminarPenso da mesma maneira caro portista, nasci em 1980. Os portistas de agora percebem tanto de futebol como eu de xadrez! sempre a mesma conversa de que o FCP tem de ter raça e attude, como se isso fosse sempre possível. identifico-me com tudo o que escreveu
ResponderEliminaro treinador não percebe nada de bola, a sad fez uma equipa de caca, os adeptos não são cegos!
ResponderEliminartens razao nalguns pontos, mas a equipa está uma bosta devido à gestão da SAD não é de hoje, não é o PF, VP, é a SAD, a SAD vai matar a equipa!
ResponderEliminara culpa já não é apenas do treinador já vai muito além disso acreditem!
ResponderEliminarPor vezes ganhar sempre não depende apenas da vontade (seja da equipa ou dos adeptos). O verdadeiro adepto está lá sempre, quando se ganha e quando se perde. É um "casamento" para a vida, onde se promete amar para sempre, nos bons e maus momentos. Só assim faz sentido. Saber exigir, querer sempre mais é um direito que assiste a todos, mas para ter direito a festejar as conquistas também é necessário ter o dever de ajudar a suavizar as "quedas" e os momentos menos bons. O FC Porto tem algo que demarca a equipa das demais, nunca deita a "toalha" ao chão, nunca deixa de acreditar até ao último minuto (literalmente). E é esta particularidade que também deve dar alento e esperança a todos.
ResponderEliminarsomos os verdadeiros estaremos sempre com a equipa.
Eliminaros adeptos dizem que apoiam porque vão ao estádio, para mim apoiar é transmitir confiança não é só ir para as bancadas do Dragão todos as quinzenas, cantar e fazer parvoíces! confiar não é assobiar, enxovalhar os jogadores, técnicos e até o Presidente. Tenham vergonha
ResponderEliminarConcordo na INTEGRA!
ResponderEliminarHa coisas dentro do clube que, como em todos, fazem o futebol, o jogo do campo, o que entusiasma os adeptos, ser uma miséria, foi o que aconteceu este ano. Mas gostei sim senhor Pedro Ferreira!
ResponderEliminarcaro Portista concordo com a sua opinião, cada vez há menos portistas de honra, e cada vez há mais portistas "da moda".
ResponderEliminarMuito bom texto, eu sou da opinião de que devemos jogar e lutar com o que temos. a maioria dos adeptos passa a época a desejar este e aquele, isso não é ser adepto, não é gostar da própria equipa, como podem eles sentir o Dragão se eles próprios não o sentem???
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