sexta-feira, 29 de agosto de 2014

FC Assobios

Porque vale mesmo a pena ler.
Porque se julgam que os jogadores não respeitam o Clube, então vós, “assobiadores de serviço”, respeitem-no!

LER É OBRIGATÓRIO!




Image by https://www.behance.net/vascomdsilva

Site: +FCPorto

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Motivações que a razão desconhece…


Muito se tem falado sobre os “jihadistas” e o “Estado Islâmico” e a brutalidade dos ataques por eles perpetrados. Um desses crimes entrou-nos em casa com o vídeo macabro da decapitação de James Foley. Por momentos recusei-me a crer no que os meus olhos enxergavam.
O que pretendem, afinal, estes exércitos de extremistas que ameaçam enegrecer ainda mais o mundo com esta cegueira ideológica, religiosa, política (ou seja ela de que natureza for)? Cheguei à conclusão de que, para tentar entender esta questão, deveria começar pelo princípio (perdoem-me a redundância).

Vejamos…

Islamismo ou Islão é uma religião que se guia pelo Alcorão, o livro sagrado que, segundo os seus seguidores, contém a palavra de Deus (Alá) e os ensinamentos de Maomé (o último profeta de Deus, na crença dos fiéis). A mensagem principal do Alcorão tem por base a existência de um único Deus (Alá), que deve ser adorado.
Jihad é um conceito basilar do Islamismo e significa "luta", "resistência". À luz do islamismo clássico refere-se à luta contra aqueles que não acreditam em Alá. Há também quem lhe dê significados mais amplos. De um modo geral, existe algum consenso sobre o facto de que “jihad” tem, na maioria das vezes, uma associação militar e faz alusão à luta armada.
O Islão encontra-se dividido em dois ramos principais: os xiitas e os sunitas. Esta divisão foi o resultado de lutas ocorridas após a morte do profeta Maomé, em 632. À data não ficou claro quem deveria suceder-lhe à frente da comunidade muçulmana e, daí por diante, outros foram ocupando o lugar de “Califa” (palavra que significa “chefe” ou “representante”). A dada altura surgiram disputas entre duas fações acerca da sucessão e as opiniões dividiram-se. A contestação resultou numa guerra civil entre apoiantes dos diferentes lados e consequente divisão.
Centremo-nos agora no problema atual do fundamentalismo e radicalismo. Tal comportamento parece alimentar-se de uma espécie de obsessão em fazer vingar determinadas crenças em detrimento de tudo o resto, a qualquer custo. Imaginemos este comportamento massificado. Rapidamente nos apercebemos dos perigos que daí poderão advir. Quem consegue apagar da memória o fatídico e terrível dia 11 de Setembro de 2001? 
Abu Bakr al-Baghdadi num aparição recente
Chegamos assim ao foco desta reflexão: o movimento jihadista intitulado Estado Islâmico do Iraque e Levante (ISIS em Inglês). Trata-se de um grupo radical sunita que defende a criação de um estado islâmico e a restauração do “califado”. O seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, é atualmente o "califa". Este movimento teve origem numa organização terrorista inicialmente formada por Abu Musab al-Zarqawi, morto no Iraque em 2006. Nesse ano o grupo adotou a designação de “Estado Islâmico do Iraque”. Mais tarde, com o envolvimento na guerra civil da Síria, acrescentou o nome desse país à sua designação, usando também o termo Levante, que se refere à região composta pela Síria, Líbano, Israel, Chipre, Jordânia, Palestina e algumas partes da Turquia.
Membros do Estado Islâmico numa parada
O Estado Islâmico é hoje um dos principais grupos jihadistas do mundo. O movimento está a levar a cabo os ataques mais violentos no Iraque desde a retirada militar norte-americana em 2011. Na Síria, tornou-se uma das principais ameaças ao Governo de Bashar al-Assad, controlando parte do território. 

É precisamente na Síria que o movimento garante boa parte dos lucros que financiam as suas atividades militares: recolhe uma espécie de “impostos” nos territórios que estão sob a sua alçada, vende energia elétrica e exporta petróleo de poços dos quais se apropriou.
Outra forma de financiar as suas operações são os resgates pagos por alguns países europeus em troca da vida dos seus cidadãos. Segundo o The New York Times, França, Alemanha, Áustria, entre outros, têm pago avultadas quantias, embora não o admitam. 


Assassinato de James Foley

Sucedem-se as notícias que dão conta da violência praticada pelo Estado Islâmico. O grupo ganhou reputação de extrema brutalidade para com os seus inimigos e todos aqueles que violam o código de sanções previstas pela sharia (a lei islâmica). Crucificações, amputações de membros e decapitações são punições comuns, bem como execuções sumárias que são filmadas e difundidas para vincar ainda mais o horror que pretendem incutir.
O jornalista norte-americano, James Foley
Uma destas terríveis e macabras publicações foi a decapitação de James Foley, jornalista norte-americano, desaparecido na Síria a 22 de Novembro de 2012 e mantido em cativeiro desde então. Nas imagens vemos um homem empunhando uma arma branca, vestes negras e rosto tapado. Vangloria-se das barbaridades em que supostamente acredita e acaba por consumar o crime hediondo, expondo em seguida, de forma monstruosa, o corpo da sua vítima. 
O Estado Islâmico diz ter milhares de membros, incluindo muitos estrangeiros. Isto é grave e preocupante. Tenho dado voltas e voltas às ideias e não consigo perceber como é que jovens nascidos, criados e educados segundo os valores da liberdade e democracia se enredam nestas teias peçonhentas e odiosas e se misturam com estas criaturas medonhas, frias e mercenárias. Em que momento das suas vidas acharam que por este ou aquele motivo deveriam anular o valor da vida humana, das suas próprias vidas quiçá? Falta de perspetivas? Falta de dinheiro? Revolta com a sociedade? Quantos de nós não somos assolados por um ou muitos destes sentimentos diariamente? Muitos certamente. Desde quando a solução para justificar o nosso desencanto passa por integrar grupos que espalham a violência, o terror e ceifam vidas inocentes? É o desejo de “glória”? Que glória pode haver nisto? Que pessoas são estas? Que mundo é este? 

Valemos tão pouco já. E os pretextos são os mais diversos.

Ariel B.L.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

FC PORTO 2x0 Lille

Lopetegui resolveu seguir à risca a máxima “em equipa vencedora não se mexe” e repetiu o mesmo 11 do jogo em França.
Com Brahimi à direita no apoio a Jackson, desde cedo o FC Porto carregou os franceses, demonstrando a intenção de ser o dono da posse de bola. E neste teste os Dragões passaram com distinção.
Foi mais do que delicioso ver (ou rever centenas de vezes como habitualmente faço) como Óliver fugia a um, dois ou três adversários que só o conseguiam parar em falta. E Maicon? Bem, o nosso centralão limpava tudo. A equipa transmitia segurança e coesão, apesar do nulo registado até ao fim dos primeiros 45 minutos e da prematura saída de Alex Sandro aos 38’m, por lesão.
A equipa estava concentrada e obstinada em carimbar a 19ª presença em fases de grupo da Champions. Não é para todos. Desde cedo deixámos isso bem claro, controlando o jogo, circulando a bola. Só faltavam mesmo as oportunidades flagrantes de golo.
Apesar de dominarmos, sabíamos também que tínhamos de criar lances perigosos e marcar. E Jackson poderia ter tido oportunidade de inaugurar o marcador não fosse ter sido travado, na minha opinião em falta, dentro da grande área. Mais uma vez, tal como já tinha acontecido no jogo da 1ª mão, fica uma grande penalidade por assinalar.
Achei o Lille uma equipa muito fraquinha para uma Champions, não colocando em causa a supremacia Azul e Branca, que foi esmagadora em ambos os jogos. Os gauleses vieram muito preocupados em defender. Só não percebo o quê, dado que vieram em desvantagem da 1ª mão.


A 2ª parte começou bem para nós com um golaço de Brahimi, um livre cheio de técnica, sem hipótese para Enyeama. O Lille precisava agora de 3 golos para seguir em frente na liga milionária, o que, a jogar no Dragão, seria impossível. No entanto, isso não os impediu de tentarem a sua sorte, mas esbarravam sempre na defesa Portista.
Evandro aproveita um mau passe de um adversário, entrega a bola a Brahimi que, de forma inteligente e notável, isola Martínez. Este puxa do pé esquerdo, fechando o marcador aos 68’m. Ora se as coisas já estavam impossíveis para os franceses, ficaram literalmente utópicas. Já perto do fim, quando tudo indicava que Quaresma fosse entrar, Casemiro apresenta queixas físicas e Lopetegui teve de efetuar mais uma substituição forçada, fazendo entrar Ricardo Pereira. Por esta altura, o Lille já estava muito mais do que resignado com o resultado.
Muito me encantou Brahimi a conduzir a bola qual Aston Martin. Foi, sem dúvida, o melhor amigo de Cha Cha Cha nesta partida.

Vitória merecida e bem consolidada dos Dragões, que estão agora no trilho dos melhores e dos milhões.





Conversa entre duas Portistas após o jogo

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Há lugares e lugares...

Os quadros abaixo referem-se a gostos pessoais, sobre os seguintes lugares:

1.   Destino de campo favorito.
2.   Safari que gostariam de fazer.
3.   Montanhas que querem visitar.
4.   Destino de praia de sonho.
5.   Cidade que está há anos na vossa lista de desejos.
6.   Cidade onde gostariam de viver.

Eu convidei a minha irmã a falar-me dos seus lugares de sonho.


Sintam-se livres de partilhar se o quiserem




Opções da Convidada
Opções da Blogger
JB

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Futebolizando...


Não sei porque toda a gente esperava que Nani marcasse… Santa ignorância. Ele não é deste campeonato. Naqueles a que está habituado a jogar a baliza está mais para a esquerda

Não me digam que não sabiam…


JB

domingo, 24 de agosto de 2014

Vincent Aboubakar já veste a camisola dos Dragões!

Aboubakar fez praticamente toda a sua (curta) carreira no Lorient, França. 
O avançado camaronês (que marcou presença no Mundial do Brasil) chega ao FC Porto, com 22 anos. Na época passada apontou 16 golos, ficando atrás só de Zlatan Ibrahimovic, no campeonato francês.

O contrato vai até 2018 e os Dragões pagaram 3M por 30% do jogador. A sua cláusula será de 50M e o avançado usará o mítico número 99 de Baía, nas suas costas.


O nosso Cha Cha Cha vai ter finalmente um concorrente.

Imagem Oficial FC Porto

sábado, 23 de agosto de 2014

Paços de Ferreira 0x1 FC Porto

Nem a amizade recente entre os dois técnicos, sol intenso e nem mais um onze daqueles, bem diferentes, faria o FC Porto perder. Não há titulares, ou melhor não há muitos… Porque haver há sempre, não é míster Lopetegui?

Onze Inicial
12 Fabiano
26 Alex Sandro
4 Maicon
3 Indi
15 Evandro
6 Casemiro
36 Rúben Neves
9 Martínez
11 Tello
21 Ricardo Pereira
18 Adrián López

Se a primeira oportunidade foi para a equipa da casa, a verdade é que as outras vestiram de Azul. Diria mais ataques, porque no diz respeito a remates… A coisa não estava famosa.


Já se tinham passado 10 minutos de jogo e aquele último sector do FC Porto não conseguia desmontar a muralha do rival. Eram 9 jogadores fechados à chave na área do Paços de Ferreira. Que dose! As oportunidades flagrantes não apareciam, apesar da posse de bola rondar os 70% para os Dragões, isso não se traduzia em golos, como é hábito.
Aos 16’m Tello começa a sentir algumas dores musculares e Quintero vai a jogo.
Tanto na direita do ataque como com os seus cantos, Quintero começa a sua magia. Todos os passes do Paços eram imediatamente interceptados pelos Portistas.
39’m e chega o golo! Jackson Martínez, o goleador (e neste caso desbloqueador) de serviço beneficia de um perfeito cruzamento de Quintero. Já na compensação da 1ª parte, Fabiano defende um grande remate de Sérgio Oliveira.


Há mais de 10 anos que o Paços não vence o FC PORTO.

A 2ª parte começava igual, no entanto aos 55’m esteve à vista o empate da equipa da capital do móvel. O jogo fica aqui mais dividido. É certo que o adversário mandava as bolas todas por cima da baliza de Fabiano, mas não deixava de ser um sinal de que os rivais não estavam já para continuar com o “camião” em frente da sua baliza. Queriam arriscar e conseguiram, criaram sobressaltos e incomodaram os Dragões. Mas não há como negar que a atitude era agora outra. A supremacia esmagadora do FC Porto já não era tão visível. Um Paços mais agressivo. Um FC Porto mais faltoso.
Aos 56’m Herrera substitui Evandro.
Aos 64’m Rúben dá lugar a Óliver.
Aos 78’m podia ter sido o 2-0. Se Jackson tivesse conseguido o remate.

Destaques

Rúben Neves, pródigo.
Sérgio Oliveira, imensa qualidade.
Herrera, outro jogador constante e confiante desde que regressou do Mundial.

Cartões Amarelos

Evandro
Martins Indi
Alex Sandro
Maicon
Óliver Torres


Opinião

A forma como o FC Porto recuperou sempre a bola rapidamente, o domínio, a concentração e especialmente a visão de jogo incutida a alguns jogadores, surpreende-me cada vez mais. A máquina está claramente a afinar. Excelentes recepções de bola, passes perfeitos. E okay, Lopetegui já me convenceu. A sua leitura de jogo é esplêndida e sabe sempre o que a equipa precisa.

Já a 2ª parte foi bem mais cinzenta. Paços de Ferreira arriscou mais, mas o FC Porto jogou melhor e susteve  qualquer suspiro mais atrevido dos meninos da capital do móvel. A equipa do FC Porto partia-se com facilidade, e Lopetegui não estava a gostar. Nem nós.

Rúben Neves? Que dizer? Sempre o mesmo? Joga sempre bem. Quintero e Herrera entraram muito bem. Já Fabiano, hoje esteve bem melhor do que contra o Lille, mas mesmo assim, houve ali uns lances que poderiam ter comprometido um resultado tão curto. Se não há titulares, Andrés poderia mostrar também o que vale, ou não?

Claques do meu FC Porto, sempre lá. Obrigado, mais uma vez por serem a voz de todos aqueles que não podem estar presentes.

Parabéns a Evandro, aniversariante do dia! Felicitações Azuis.



JB

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Líbia, três anos depois

Membros da brigada islâmica Misarata disparam contra o aeroporto de Tripoli numa tentativa de tirar o controlo a uma poderosa milícia rival, em Tripoli, Líbia, 26 de Julho, 2014.
À medida que os governos por todo o mundo encerram as suas embaixadas e saem da Líbia, no meio da violência e anarquia que se apoderou do país, é importante não perder de vista o papel da NATO em aprovisionar um estado falhado que agora voltou para hostilizar toda a gente.

Foi há três anos – Março de 2011 – quando, entre a revolta pela morte de civis às mãos das forças de Muammar Kadhafi, a NATO lançou um bombardeamento de sete meses na Líbia para proteger os cidadãos. A operação rapidamente resultou na mudança do regime e, durante o conflito, 260 aviões de combate fizeram mais de 26,000 missões, largaram 20,000 bombas. Mais de 200 mísseis cruzeiro foram lançados contra alvos Líbios  e muitos civis foram mortos. O Canadá teve o seu papel na missão. Emprestou alguns CF-18 que fizeram mais de 900 ataques e largaram quase 700 bombas.
Quando tudo terminou, em Outubro, o fraco exército de Kadhafi tinha sido destruído, o ditador estava morto e os países da NATO davam palmadinhas nas costas por terem libertado a Líbia de um tirano malvado. Nas suas mentes foi um trabalho bem feito e, em Ottawa, realizou-se uma parada militar para assinalar a vitória.

“Um novo recomeço para a Líbia está no horizonte e nós ajudaremos a que seja alcançado” disse o primeiro-ministro britânico David Cameron, um dos principais apoiantes da guerra, à medida que as bombas caíam.
E depois acrescentou, enquanto a tão apregoada nova era despontava: “A Primavera Árabe está um passo mais longe da opressão e da ditadura e um passo mais próxima da liberdade e da democracia… Nós ajudámos o povo Líbio a libertar-se e agora temos em perspectiva um novo parceiro a Sul do Mediterrâneo.”

Mas assim que os aviões de combate da NATO deixaram os céus da Líbia, o verdadeiro legado dos benfeitores ocidentais no terreno foi uma realidade totalmente diferente. Para as pessoas deixadas para trás a sofrer as consequências seria um pesadelo.
Primeiro, a cidade de Benghazi, cuja situação difícil durante a revolta líbia desencadeou a acção da NATO, é agora o epicentro da violência e anarquia que tem destruído o país. Os mesmos rebeldes que agradeceram a interdição do espaço aéreo imposto em Benghazi com preces de “obrigado NATO, obrigado América” são, alegadamente, membros do grupo que atacou o consulado dos EUA na cidade, matando o embaixador Christopher Stevens e mais três americanos. Milícias fortemente armadas ocuparam territórios e o recomeço idealizado por David Cameron reflectiu-se numa onda de raptos, assassínios, violações e decapitações que agora assola o país. Mais de 200 pessoas morreram devido aos vários confrontos das várias milícias pelo controlo do território. Vários países têm tentado desesperadamente evacuar os seus cidadãos. Não é bom sinal para o futuro quando os libertados perseguem os libertadores. O suposto governo é demasiado fraco para fazer alguma coisa, considerando que tanto o Primeiro Ministro como os líderes políticos podem ser raptados à vontade.

Ainda mais grave é o resultado do falhanço da NATO em assegurar o controlo das armas deixadas para trás depois da queda de Kadhafi. Sem uma autoridade central forte, vários grupos rebeldes e milícias arrecadaram o que consideraram como despojos da guerra, sendo a Al-Qaeda no Magreb Islâmico a maior beneficiária. As armas estão a ser usadas não só para causar problemas na Líbia, mas também para fomentar a violência no Mali, Nigéria, Chade, Somália e Norte da Nigéria. A maior ironia é que a operação da NATO, que pretendia promover a liberdade e democracia na Líbia, acabou por fortalecer a Al-Qaeda.


A Líbia desapareceu das manchetes mas o que a NATO nos diz é que o Ocidente nem sempre tem as respostas e soluções. E às vezes tem de o admitir. Uma chuva de bombas, lançada da segurança de um avião de combate ou de um navio, sobre um exército pobre é a parte mais fácil. A parte difícil é gerir o desagradável pós-guerra. Os países da NATO saíram da Líbia há muito, mas à medida que o país caminha para a anarquia poder-se-á tirar uma lição importante para todos: as bombas não compram a liberdade ou a democracia.

Mohammed Adam

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Lille 0x1 FC PORTO

Jamais deixam a equipa sozinha no Pierre-Mauroy; os adeptos Portistas marcaram grande presença na primeira mão do playoff da Champions - a grande montra do futebol europeu e, sejamos objectivos, a liga dos milhões. E nós queríamos tudo: a vitória, a glória e os milhões. E foi isso que trouxemos de França!

Onze Inicial:
12 Fabiano
2 Danilo
3 Indi
4 Maicon
26 Alex Sandro
36 Rúben Neves
30 Óliver
16 Herrera
6 Casemiro
8 Brahimi
9 Martínez (C)

Substituições
Sai Brahimi, entra Tello
Sai Rúben Neves, entra Evandro
Sai Óliver, entra Quaresma

Começava o sonho. Ou melhor, a sauna. Cobertura fechada, sacanice dos franceses, claro está. Sem vento e com 15º graus, era essencial fechar a cobertura do estádio. Até o treinador René Girard resolveu fazer uma piada, dizendo: “É para privar os portugueses de oxigénio.” Parece que quem ficou sem ar foi o meu “amigo”.

Aos 6’m já Danilo tinha um cartão amarelo, injusto e que condicionou o lateral. Remate aos 11’m de Rúben Neves! Este miúdo é um prodígio! Grande, enorme Rúben. Apesar de algumas perdas de bola, Herrera trabalhou sempre muito bem ao longo de todo o terreno de jogo. Veio um jogador “novo” do Mundial. O Lille nem conseguia construir um lance com pés e cabeça. Aos 28’m Martínez podia ter marcado, não tivesse sido puxado. Grande penalidade por assinalar, mas aqui não há chorões e a equipa manteve-se orientada. Finalmente aos 32’m, o senhor holandês (um tal de árbitro, e dizia-se ser muito bom, agora imaginem se fosse mau), resolveu confraternizar com Balmont e mostrar-lhe FINALMENTE o cartão amarelo, por uma falta terrível sobre Óliver. Fabiano parecia um espectador até aos 35’m, mas depois os franceses começaram a carregar. Aos 44’m, Jackson novamente a obrigar Enyeama a uma grande defesa. Também o Lille teve os seus minutos de fama ao cair do pano da 1ª parte. Sébastien Corchia podia ter marcado, mas a sua falha escandalosa foi de gritos!


Os Dragões foram dominantes, muita posse e, mesmo com uma frente de ataque totalmente diferente, subjugaram a equipa francesa.

Sem substituições, iniciou-se o 2º tempo. As fintas do jovem Rúben são um deleite para qualquer apreciador de futebol. Tello não precisou de muitos minutos para estar na origem do golo que dá vantagem ao FC Porto. Rúben Neves descobre o espanhol, este cruza, Jackson cabeceia e falha, mas Herrera estava lá para colocar a bola dentro das redes da baliza gaulesa. Estava feito o GOLO aos 60’m!!! Sustos grandes para nós? Nem vê-los. Salvo nos descontos, onde foi muito valioso aquele corte perfeito de Maicon.
Não há muita mais história num jogo claramente controlado pelos Dragões!!! ORGULHO.


Opinião

Que dizer de Rúben? Bateu o recorde do nosso CR ao estrear-se nas provas europeias ainda mais novo do que o melhor do mundo! Não há palavras para tanto jogo. Óliver é fundamental neste onze, excelentes assistências (que poderiam ter dado golo). Com 19 anos, as qualidades são imensuráveis. É verdade que hoje o espanhol teve uns deslizes, mas isso em nada invalida o seu excelente jogo. Fabiano complicou em alguns lances de potencial perigo.
O FC Porto trocou bem a bola, dominou, mostrou uma excelente orientação e, na minha opinião, precisamos apenas de um PL que venha pressionar o nosso Cha Cha Cha. Lopetegui está a criar uma equipa muito, mas muito forte, com grande capacidade de concentração para que, quando são cometidos erros, o colectivo não perca o juízo. Começo a dar cada vez mais mérito ao técnico espanhol.
Péssima atitude dos jogadores do Lille que, sem terem como contrariar a superioridade Azul & Branca, foram agressivos e perderam algures o cérebro. Só as bolas paradas mostravam algum alívio aos franceses.
O Futebol Clube do Porto não concretizou à medida do que jogou. Caso o tivesse feito, os jogadores gauleses teriam saído do Pierre-Mauroy com máscaras de oxigénio.

É um FC PORTO capaz de esmagar. É um FC PORTO que não perde o “norte”. É um FC PORTO que não desilude e já sabem: não assobiem os vossos guerreiros.

Melhor em campo? Tenho 3 nomes, não me consigo decidir… Alguma sugestão?


JB

Obrigado Cris pelas fotos abaixo. Pelo FC Porto? Tudo.



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Futebolizando...

Ora bem, sendo este um blogue livre, onde todos dizemos o que pensamos, seria quase um crime, não darmos uma palavrinha ao nosso internacional português Luis Nani. E só para ele se sentir importante vamos todos dizer-lhe o que pensamos do seu regresso ao clube verde. 

Vamos "futebolizar"?
Ups Nani, lamento ainda não ter uma foto com o teu novo equipamento...

domingo, 17 de agosto de 2014

"Lá volta este camelo a berrar contra os que assobiam"

Graças a um grande amigo, pude ir ao encontro deste texto hoje que é muito mais do que uma verdade ou constatação. É uma lição. E já agora, mesmo que anonimamente, gostava que partilhassem, sem receios, porque assobiam os jogadores ao mínimo deslize (aqueles que o fazem). Desfrutem!


Caros idiotas que começam a assobiar a equipa quando ela está num ponto momentaneamente frágil,

Gostava de vos propor uma experiência sociológica. Um destes dias, quando chegarem ao vosso local de trabalho, alapem a peida confortavelmente depois de irem tomar um café e conversarem distraidamente sobre o decote da gaja da contabilidade ou a aula de body zerkump que tiveram ontem. Depois de bem sentadinhos, liguem o vosso computador. Estou a assumir que trabalham num escritório, mas também pode servir para malta que trabalhe de pé, numa obra de condutas de gás ou a tentar vender seguros à porta dos supermercados. Não desdenho nenhuma destas actividades, como decerto não desdenharão a minha, seja qual for o que imaginam que faço durante o dia.

Conceptualizando a vossa profissão como tendo de usar um computador para fazer coisas que vos garantem o ordenado ao final do mês, imaginem que abrem o Excel. Depois dos logotipos aparecerem na pantalha e de vos surgir uma folha branca cheia de pequenos rectângulos, abrem um ficheiro onde costumam trabalhar. Uma folha de ordenados, turnos definidos, planos de investimento, you name it. E vão a tentar copiar uma das células para outra zona do documento, mas enganam-se no destino. Nesse momento, um grupo de quarenta pessoas que nunca antes tinha visto aparece directamente por cima do vosso ombro e começa a gritar: “És uma merda, Antunes, não sabes que não é para aí que devias copiar o A8? É para o C14, ó animal de merda, não é para o C13, é para o C14! Toda a gente sabe que é para aí! Morre, meu paneleiro, havias de chegar a casa e encontrar o teu cão morto e a tua mulher com nove pilas estranhas lá dentro!“. Não lhe parece mal, portanto, que um simples erro encontre tão vil tratamento? Encolhe os ombros e procede na demanda da deficiente cópia da maldita célula A8. E, por infeliz acaso do destino, quiçá causado pela urina que se vai acumulando nas suas calças de bombazina depois do susto que há pouco apanhou, torna a copiar a célula…mas engana-se de novo e espeta o valor do ordenado do Pereira na célula C15. Oh, inclemência, pensa enquanto as mesmas quarenta pessoas surgem como um coro de demónios atrás de si: “Outra vez, seu filho de treze putas e mil pais! Já não viste antes que não era assim que se fazia?! Nunca trabalhaste com um rato na vida? É o teu primeiro dia neste planeta, cabrão, e já estás a fazer mais merda que uma manada de vacas com diarreia? Não mereces viver, cornudo, não mereces respirar, sai já daqui, corre para os braços da tua mãe, se ela ainda te quiser depois da vergonha que a fizeste passar!“. Desolado, triste, trémulo, lá tenta pela terceira vez e, finalmente, o valor certo vai para o lugar certo.

Se alguém conseguir fazer um paralelismo entre esta pequena parábola e a atitude de tanta gente que foi ao Dragão na sexta-feira passada, talvez seja porque esteve lá e, como eu, achou absurda a reacção de tantos adeptos a uma sequência de hesitações entre Fabiano, Maicon e Indi. Repito o que tenho dito há alguns anos para cá: sócios destes? Não, muito obrigado.



sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um Bom Começo: FC Porto 2x0 Marítimo

Nota: Hoje sou eu, enquanto blogger, que quero fazer um curto à parte, de forma a justificar porque não sou eu a fazer a crónica. Não me encontro no país e, apesar de ter obviamente acompanhado o jogo pela televisão, convidei o Pedro Ferreira a escrever a crónica da partida inaugural, dado que ele esteve no nosso Dragão e pode assimilar cada milésimo de emoção, cada passe, cada lance. E fez um excelente trabalho, mais uma vez. Agradeço-lhe de coração pois sempre que aqui escreve é a convite, não a dinheiro. Obrigado, muito obrigado Pedro.
O Pedro é um membro da comunidade +FCPorto, da qual muito me orgulho de ter pertencido e não deixem de visitar: http://somos.maisfcporto.com/ .

Vamos ao jogo!

O Dragão entrou com o pé direito na época 2014-2015, com uma vitória por duas bolas a zero, frente ao Marítimo.

A nação Portista está novamente com a esperança em alta e correspondeu em excelente número à primeira chamada desta nova época. Foram 48 mil pessoas que puderam ver um bom jogo do FC Porto, ainda com bastante para melhorar e com muita margem de progressão, mas já com ideias bem definidas e um futebol bastante agradável. Lopetegui surpreendeu em dar a titularidade a Brahimi, em detrimento de Tello, obviamente levando em conta aquilo que se esperaria ser o primeiro 11 da era do basco, à frente dos Azuis & Brancos. Por outro lado, a titularidade do menino Rúben Neves nada surpreendeu e quem diria que este seria o homem do jogo...

O FC Porto entrou dominador, sempre instalado no meio-campo do adversário e não tardou em ameaçar a baliza de Salin. Aos 12 minutos, o momento mais alto, da ainda curta carreira de Rúben Neves. No seu primeiro jogo como profissional, o jovem português apontava o golo que deixava o FC Porto na frente de marcador. Um mau alívio, muito bem aproveitado, com um remate de ressaca muito bem colocado. Os Dragões conseguiram chegar ao tento cedo, o que inicialmente fazia prever que a equipa da Madeira se pudesse expôr mais. Puro engano. Na estreia como treinador principal, Leonel Pontes, demonstrou pouca ambição, por coincidência, uma característica forte que ele secundou durante grande parte da sua carreira. Ainda assim, numa distracção da defensiva Portista, valeu Alex a evitar o empate. Foi o único sinal de verdadeiro perigo para a baliza de Fabiano. Durante o resto da partida, só deu Porto. Brahimi sempre muito veloz no corredor esquerdo, foi uma dor de cabeça para a defesa insular. Óliver esteve melhor do que Herrera no trabalho de dar consistência ao miolo e alimentar o ataque. Rúben esteve muito bem, muito seguro e sempre com a cabeça bem levantada a colocar passes verdadeiramente fantásticos.

Não foi de surpreender que, na segunda parte, exceptuando os primeiros 10 minutos, o FC Porto tenha estado sempre perto do segundo golo. Lopetegui quis dar força ao meio-campo, para o efeito, retirou o algo desinspirado Herrera e colocou o brasileiro Casemiro. Posteriormente, substituiu o homem do jogo para o público do Dragão, Rúben Neves (uma estreia de sonho), por Evandro, que acabaria por ser uma peça chave nos últimos 15 minutos de jogo, onde os Azuis & Brancos praticamente impediram o Marítimo de ter bola. A última alteração serviu para refrescar o ataque, Brahimi deu o seu lugar a Tello, que teve papel decisivo no segundo golo.


O tempo passava, o Marítimo nada incomodava e só um erro, ou um golpe de sorte, poderiam tirar os 3 pontos aos Dragões. No último lance da partida chegou o segundo golo, mais do que justificado pela turma Portista. Boa abertura de Casemiro, fantástico trabalho individual de Tello, que culminou com uma assistência brilhante para Jackson que, à segunda, acabou por introduzir a bola na baliza de Salin e terminou em definitivo com as aspirações madeirenses.

Vitória justa dos Dragões que, apesar de não terem sido brilhantes, deram sinais bem positivos daquilo que poderá ser o futuro do FC Porto

O próximo compromisso está marcado para quarta-feira, em Lille, a primeira mão do play-off de acesso à UEFA Champions League. Será importante trazer de França um bom resultado, para que no Dragão, possamos carimbar a passagem à fase de grupos da prova e, dessa forma, igualar o Manchester United como os clubes com mais presenças na Liga dos Campeões.

Texto escrito por Pedro Ferreira
(É sempre um prazer ter a tua colaboração. Obrigado Pedro.)